Ok, ok! Os memes estão certos: 2016 não foi um ano fácil! Mas sejamos justos: mesmo com tantas turbulências houve muita coisa positiva, principalmente no que diz respeito à cidadania LGBT em São Paulo.
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Houve visibilidade das nossas pautas, expansão nunca vista no Brasil de serviços LGBT, normas legais avançadas, uma parada com direito à gravação de cena para a série Sense8 e muito mais! Reveja e torça, pelo menos nesse aspecto, para que o novo ano seja tão bom quanto 2016! (Em cada link, há mais informações sobre os temas).
1. Inauguração de 3 Centros de Cidadania e 3 Unidades Móveis de Cidadania LGBT
São Paulo atingiu o mais alto nível de assistência a LGBT do País! Pela primeira vez esses serviços foram para além do Centro: Zona Sul, Zona Norte e Zona Leste ganharam unidades fixas (casas adaptadas com biblioteca, aulas para cursos, áreas de convivência, atendimento psicológico etc) e móveis, essas, aliás, foram ao encontro de LGBT em lugares com grande frequência arco-íris, tais como Parque Ibirapuera, Rua Augusta e portas de boates.
2. Formaturas de duas turmas do Transcidadania
Uma das maiores conquistas arco-íris para a cidade e exemplo nacional e internacional, o Trancidadania fez entrega dos certificados para as 100 participantes da 1ª turma no início do ano e mais do que dobrou o número de vagas. Na semana passada, foi a vez de 173 mulheres trans e travestis e homens trans concluírem o Ensino Fundamental e outros 52, o Ensino Médio.
3. Gravação da série Sense8 durante a 20ª Parada do Orgulho LGBT
Com apenas uma temporada, em 2015, Sense8 conquistou milhares de fãs - LGBT ou não - não só por retratar personagens arco-íris, como também por incluir muitos atores assumidamente LGBT no elenco. E a atração de Lana e Lily Wachwoski quase parou a Avenida Paulista ao participar da parada este ano - com direito a gravar cenas ali para a segunda temporada, que estreia em 2017. Lana, inclusive, chegou a conhecer o Transcidadania.
4. Parada LGBT entra para o calendário oficial da cidade
Parece mentira, mas não é. A maior parada LGBT do País e responsável por um dos maiores volumes de turistas e por um dos eventos mais rentáveis à cidade ainda não estava no calendário oficial. Até Haddad - que assinou o decreto em maio - disse ter estranhado que isso não tivesse ocorrido antes. "Eu não sabia que a parada não estava no calendário oficial", disse. Com a medida, a parada figura ao lado de outros eventos icônicos da capital como o da Fundação da Cidade de São Paulo e a Festa de Nossa Senhora de Achiropita, que existe há 90 anos.
5. Inauguração do Centro de Acolhida Florescer para Mulheres Travestis e Transexuais
Com investimento de R$ 500 mil e iniciativa da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), a cidade ganhou, em abril, seu primeiro centro para de acolhida para a população trans. Durante o ano, o abrigo realizou diversos eventos, como ciclo de debates, torneio de queimada e o espetáculo Divas Florescer, resultado de uma oficina que as meninas fizeram com o Teatro Oficina.
6. Decreto de Haddad muda regra para nome social de pessoas trans
Publicado no último dia 22, o Decreto Nº 57.559 do prefeito Fernando Haddad garantiu mais acesso às pessoas trans e travestis nos órgãos da Prefeitura. O documento veta totalmente, por exemplo, a divulgação do nome civil dessa população, e desobriga trans analfabetas a levar testemunhas para requerer o nome social.
7. Skol patrocina 20ª Parada do Orgulho LGBT
Marca mais valiosa do País há quatro anos (de acordo com ranking BrandZ), a Skol teve, pela primeira vez, um trio na 20ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Novos nomes arco-íris da música, como Jaloo e Pabllo Vittar (foto), marcaram presença no carro, que teve como tema "Respeito is on".
8. Corte LGBT do Carnaval de SP passa a ser oficial
Já era tradição na folia paulistana, mas passará a ser oficial em 2017. A escolha da Corte LGBT ganhou reconhecimento da União das Escolas de Samba Paulistanas (Uesp). A escolha do rei, rainha e princesas gays, a partir do próximo mês de fevereiro, será legalizado pela entidade.
9. Travestis podem pedir para descer fora do ponto nos ônibus da cidade
Mais uma conquista para o segmento T. um decreto dos vereadores Gilberto Natalini (PV) e Toninho Vespoli (Psol), publicado em outubro, passou a garantir o direito de mulheres travestis e transexuais descerem fora do ponto de ônibus no período noturno, assim como mulheres cisgêneros.
10. Comprometimento de João Doria com LGBT
Em país em que ainda se ignora (e principalmente se teme) a pauta LGBT durante as eleições, foi digno de nota vários dos prefeituráveis de São Paulo terem abordado a questão em seus programas de governo. Dentre seus compromissos, João Doria (PSDB), o eleito, se propôs a ampliar o Transcidadania e o Centro de Referência LGBT, além de aprimorar os protocolos de atendimento dos segmentos mais vulneráveis. Agora, claro, resta cobrar que ele cumpra as promessas!
