Na quarta-feira 20, o prefeito Fernando Haddad (PT) entregou os certificados de conclusão da primeira turma do Transcidadania e anunciou que as vagas para o programa vão dobrar, passam de 100 para 200 participantes.
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Realizada na Praça das Artes, região central da cidade, a cerimônia contou com várias autoridades de diversos órgãos municipais e marcou o primeiro ano do projeto da Prefeitura. O Transcidadania prioriza a educação como ferramenta de transformação social de travestis e transexuais, dá uma bolsa mensal para as participantes continuarem estudando, as cadastra em vários programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, oferece cursos e as ingressa em várias áreas, como a de saúde com a hormonioterapia.
Além do aumento de vagas, a bolsa oferecida aos participantes foi reajustada para o valor de R$ 910. Haddad comemorou: "Em 12 meses, foi possível transformar a vida de pessoas que já não tinham esperança de que podiam alcançar os seus objetivos e que muitas vezes se dedicavam às atividades que não eram condizentes às suas aspirações. Agora, pela educação, elas terão oportunidades renovadas."
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Com o Transcidadania, duas das formadas do Ensino Médio prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, pelas notas, possuem condições de entrar em uma universidade. Uma delas é Paloma Castro. "A minha vida mudou completamente depois do programa. Ele me fez recuperar meus valores como pessoa, meu caráter, minha dignidade, e hoje eu posso sonhar com um futuro melhor para a minha vida pelos meus estudos, e não em um mundo de prostituição”, disse Paloma.
Neste ano, a Coordenação de Políticas LGBT, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, contará com um orçamento de R$ 8,8 milhões. O valor foi aprovado pela Câmara Municipal e representa um aumento de 130% em relação a 2015, quando foi de R$ 3,8 milhões. "Além de estarem se formando, algumas no ensino médio e outras no ensino fundamental, muitas de vocês tinham aspirações no início do programa que hoje são outras, com um horizonte muito mais amplo”, afirmou o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy.
A iniciativa, criada em janeiro de 2015, é coordenada pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), em parceria com as secretarias de Políticas para Mulheres (SMPM), Educação (SME), Saúde (SMS); Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE) e Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), além de outros colaboradores e já serve de modelo para programas semelhantes que estão sendo elaborados em várias regiões do Brasil.
Alessandro Melchior, coordenador de Políticas Públicas LGBT da SMDHC, falou da importância do programa. "Nós implantamos essa política no país que mais assassina travestis e homossexuais. São seis secretarias envolvidas tanto na construção desse programa como na execução dele no dia-a-dia. É uma política pública séria, uma opção corajosa e arriscada que pode mudar a vida das pessoas, servindo de exemplo para outros municípios e estados."