O "outing" virou briga política! Como forma de contrapor e até minorar o fato de o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ter se assumido gay na quinta-feira 1º, integrantes de partido de esquerda têm dito que a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), é lésbica. Entretanto, a petista nunca declarou isso.
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Por causa do alinhamento de Leite com a direita (ele declarou voto em Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais de 2018), parte da esquerda reinvindica o protagonismo de primeira governadora abertamente homossexual para Fátima.
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De forma geral, é tido como desrespeitoso falar da sexualidade de uma pessoa sem ela mesma se expressar.
No Twitter, repercutiu declaração do ex-parlamentar e gay Jean Wyllys, hoje filiado ao PT, questionando o fato da homossexualidade de Fátima nunca ter ganho destaque.
Ele escreveu: "Que destaque foi dado por essa mesma imprensa ao fato de Fátima Bezerra (PT-RN), governadora do RN e aliada desde sempre da comunidade LGBTQ, ser lésbica? Nenhum. Mas decidem fazer uma festa com o outing tardio do governador, feito sob medida num programa da TV Globo."
A mensagem de Wyllys foi reverberada em manchetes de sites ligados à esquerda, tais como Revista Fórum, Diário do Centro do Mundo e Brasil 247.
No El País, a jornalista Flávia Marreiro afirma que o tucano é o "segundo mandatário abertamente gay ao lado de Fátima Bezerra (PT-RN)".
A vereadora assumidamente homossexual pelo Rio de Janeiro Monica Benício (Psol) também afirmou que a governadora é lésbica.
Monica ainda compartilhou post de usuária no Twitter que fala de "apagamento" de lésbicas e justificando que a homossexualidade de Fátima foi noticiada por movimentos sociais. Entretanto, não há, na argumentação, nenhum fala pública de Fátima Bezerra sobre o tema.
O único site até então que já havia citado a homossexualidade da governadora é justamente de uma central sindical, a CUT.
No texto, de outubro de 2018, uma ativista cita a sexualidade da petista. "Fátima é uma grande representante da mulher, negra, lésbica, com origem nos movimento trabalhista', disse a ativista Cris Flor, integrante do Coletivo Autônomo Feminista Leila Diniz."
Em março de 2019, o Guia Gay demandou a assessoria da governadora para confirmar ou não a informação sobre sexualidade de Fátima. Nunca houve resposta.
Nesta sexta-feira 2, nossa reportagem voltou a pedir uma posição sobre o assunto.
No Twitter, também hoje, Fátima fez vários posts a respeito de vacina contra covid-19 e não mencionou nada a respeito da polêmica sobre seu nome.