Ano novo e a expectativa: qual será o álbum pop de 2025? Quem vai causar no BBB? Que novela ou série vai ter um super personagem gay para nós torcermos?
Enquanto nada disso acontece, veja o que em 2005 fez o Vale tremer. E não foram quaisquer coisas! Há conquistas, personagens e obras que viraram marcos da música, do cinema e do entretenimento. Se 2025 servir algo parecido do que 2005 entregou, olhe, o ano vai ser inesquecível!
1. Lançamento de 'Confessions' da Madonna
Décimo álbum de estúdio de Madonna, Confessions on a Dance Floor deu aos gays o que eles queriam. Mais uma vez, a rainha do pop se reinventou, colocou colant e ficou ruiva com corte em estilo anos 1970.
Com faixas sofisticadas e dançantes, ela celebrava 23 anos de carreira e mostrava o porquê de ser a referência para todas que vieram depois. Com Hung Up, a faixa carro-chefe, Madonna sampleou uma canção do Abba e conseguiu a proeza de liderar o maior número de paradas de singles no mundo (40), um recorde à época.
2. O beijo gay vetado de América
Sempre à frente de seu tempo, Glória Perez escreveu beijo que coroaria o lindo romance desenvolvido entre Junior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro) no decorrer dos meses da novela das nove América.
Como uma final da Copa do Mundo arco-íris, muitos gays e aliados aguardaram ansiosos pela sequência, anunciada pelas publicações de TV, no último capítulo do folhetim. Mas a alta cúpula da Globo mandou censurar a cena, horas antes de ir ao ar, frustrando atores, a autora e milhares de espectadores.
A gravação da cena não existe mais e um beijo gay só seria visto em novela mais de oito anos anos depois, em Amor à Vida.
3. A vitória de Jean Wyllys no BBB
Em um programa que preza pelas polêmicas, escândalos e bebedeiras nas festas promovidas pela produção, é digno de nota que o vencedor da edição número 5 do Big Brother Brasil tenha sido alguém com uma trajetória tão digna.
Anos antes da aprovação do casamento homossexual e com muitos gays ainda sendo tratados como chacota em programas de humor, Wyllys ganhou apoio da maioria do público conseguindo aliar caráter, inteligência, diversão e representatividade.
Ver seu nome anunciado na final foi como arrancar um grito preso na garganta. Até hoje, 24 anos depois da estreia da primeira edição, o jornalista segue sendo o único gay assumido a ter vencido a atração.
4. A união civil de Elton John
Um dos maiores cantores de todos os tempos, Elton John transformou-se, aos poucos, num dos símbolos da resistência e do orgulho gay. E nada foi mais simbólico para essa luta do que a oficialização de seu amor por David Furnish.
No dia em que a parceria civil se tornou válida no Reino Unido, o artista e o marido foram um dos primeiros casais gays a legalizar seu status, posteriormente confirmado no casamento quando este também entrou em vigor no país.
Amado por tantos homens e mulheres heterossexuais, Elton ajudou a normalizar a união homossexual com seu ato.
5. O lançamento de Brokeback Mountain
Poucos filmes representam tanto para a comunidade gay quanto O Segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza e o que mais ganhou prêmios da crítica em 2005, o longa venceu três dos oito Oscars a que concorria no ano seguinte, mas perdeu o de melhor filme, supostamente por homofobia dos votantes.
A história de amor dos caubóis Ennis (Heath Ledger) e Jack (Jake Gyllenhall) inspirou teses, músicas, clipes, espetáculos, pornôs e inúmeros outros produtos culturais e sociológicos nas últimas duas décadas tornando-se paradigma para o que veio depois. Para o bem e para o mal.
O final triste da trama é tão marcante que estabeleceu a máxima para muitos homossexuais de que "filme gay sempre termina mal" e mesmo após 20 anos - e com tantos longas com finais felizes realizados depois - basta uma nova produção com desenlace sofrido para recuperar todo o "karma" de Brokeback.
6. O surgimento de Rihanna
Não é todo dia que nasce uma diva gay para o mundo, mas a década de 2000 foi fecunda para isso. Poucos anos após o estouro de Britney, J.Lo, Christina e Beyoncé, uma garota de 17 anos dava o nome ao atingir o segundo lugar da Billboard com Pon de Replay, seu single de estreia.
Infliuenciada sobretudo por Madonna e Mariah Carey, Rihanna se tornou uma máquina de hits, muitos deles eternizados nas pistas gays - como Don't Stop the Music - aliando looks provocantes e bafônicos - seja em clipes, eventos, como o Met Gala, ou premiações - a discursos de inclusão que a tornaram rapidamente uma das cantoras mais celebradas pela comunidade.