Maeve Jinkings falou sobre integrar o elenco de Vale Tudo e da importância de personagens LGBT em novelas. No folhetim que estreou dia 31 na TV Globo, ela vive Laís, irmã do vilão Marco Aurélio (Alexandre Nero).
"Olha, não acho que seja uma situação confortável (interpretar uma representante da comunidade LGBT). Acho que o princípio do ator é exatamente ser oposto do personagem para poder fazer o exercício do encontro do outro", disse a atriz de 48 anos à Folha de S.Paulo. Ela é bissexual e namora com a cineasta Carolina Markowicks desde 2022.
"Esse é o grande barato da atuação", prossegue. "Mas eu entendo que exista uma luta e, como muitas pessoas acabam sendo marginalizadas no mercado, é importante representar a nossa própria comunidade. Então tudo bem."
Na trama, Laís é casada com Cecília (Lorena Lima) e as duas adotarão uma criança. Na versão original, de Gilberto Braga, Cecília morreu na metade da novela. A intenção do autor era discutir a herança homossexual.
À época, como não havia resguardo jurídico para uniões de mesmo sexo, era comum que quando um gay ou uma lésbica morriam, a família se apossava de todos os bens da pessoa morta, ainda que em vida tivessem renegado o filho ou o irmão homossexual.
"Achei incrível, porque há uma importância política nessa afirmação de a personagem seguir na narrativa, né?", comentou Maeve sobre a mudança na versão de Manuela Dias.
"Se você olhar o arco da história e das representações da comunidade LGBTQIA+ nas narrativas de ficção, a morte desses personagens era - e ainda é - muito comum. Estamos lutando um pouco contra isso."