O anúncio de investimento de R$ 9 milhões para ampliação do Museu da Diversidade Sexual foi recebido com críticas pelo movimento LGBT de São Paulo.
O governador de São Paulo, João Doria, afirmou, em coletiva de imprensa na segunda 6, que o museu será ampliado, modernizado e receberá novos equipamentos.
"Ampliando o potencial de frequência e os valores de legitimidade daquilo que representa o museu, que se destina a todos, e não apenas à comunidade LGBTQI+. Ele enfatiza o respeito à diversidade e a inclusão deste segmento na nossa sociedade", disse Doria.
O espaço, que fica dentro da estação República do metrô, passará de 100 metros quadrados para 540 metros quadrados, e chegará à superfície da estação.
"A expansão permitirá a realização de exposições multimídia de longa duração, exposições temporárias e eventos, um Centro de Referência e outro de Empreendedorismo, café e loja."
O tom positivo do mandatário, entretanto, não encontra eco na Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, por exemplo.
O vice-presidente da organização social, Renato Viterbo, aponta problemas no projeto e até no local.
"O metrô não é lugar adequado para um museu. No mais, o governo não conversou com a sociedade civil para elaborar a proposta de ampliação. E há absurdos tais como um café no meio da área de exposições. E o que um centro de empreededorismo tem a ver com o museu? Nada", disse ao Guia Gay São Paulo.
Em texto que circula em grupos ativistas LGBT do Estado, há apontamentos a respeito da diferença de valores e tamanho dos outros dois museus que serão criados na cidade e instalados em prédios próprios.
O Museu das Favelas terá R$ 15 milhões para seus 8.208 m2. Quanto ao Museu das Culturas Indígenas,serão R$ 14 milhões e 1.400 m2. O espaço para LGBT não passará de 540 m2.
Há questionamento também ao fato de a nova entidade gestora do Museu da Diversidade Sexual, o Instituto Odeon, não ter lastro de atuação junto ao segmento.
O museu, criado em 2012, foi o primeiro dedicado a LGBT na América Latina e é o único desse tipo no Brasil.
Doria foi criticado por ativistas nos últimos meses por ter descumprido promessa do ex-governador Geraldo Alckmin.
Em 2014, em coletiva da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, Alckmin prometeu que o Palacete Franco de Mello, conhecido como Casarão da Paulista, abrigaria a nova sede do museu.
No entanto, Doria destinou o imóvel ao Museu da Gastronomia, a ser implantando ali.
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