Nesta sexta-feira 6, João Doria (PSDB) deixa a Prefeitura de São Paulo para concorrer ao Governo do Estado nas próximas eleições.
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O mandatário descumpre promessa escrita e falada durante a campanha, em 2016, e também nas semanas seguintes à sua vitória de que ficaria no cargo até o fim da gestão, até dezembro de 2020.
E como o tucano deixa suas promessas para LGBT feitas durantes as eleições?
Em seu plano de governo, o prefeito citou duas políticas públicas diretas a LGBT: ampliar o programa Transcidadania e o Centro de Cidadania LGBTI. A terceira ação era menos direta: aprimorar os protocolos de atendimento aos segmentos mais vulneráveis.
Ao Guia Gay São Paulo, a Coordenação de Políticas LGBTI da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania informou que o Transcidadania mantinha 175 bolsas em janeiro de 2017 quando Doria assumiu a Prefeitura e que agora esse número foi elevado para 200.
A melhoria nos atendimentos também teria avançado. "A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania estabeleceu parcerias com a Receita Federal e a Defensoria Pública que irão ampliar e trazer novos serviços aos centros de Cidadania LGBTI", informou à nossa reportagem.
"Um dos serviços que os centros de Cidadania já começaram a oferecer a partir destas parcerias é a inserção do nome social no CPF para pessoas travestis, mulheres transexuais e homens trans. Outra novidade é a presença nos próximos dias de um defensor público para atender a população LGBTI nas unidades."
Quanto aos centros de cidadania, fica uma perspectiva. A cidade conta com quatro unidades desse serviço - nas zonas central, norte, sul e leste. Em seu Programa de Metas 2017-2020, Doria comprometeu-se a ampliar os centros.
Até agora, no entanto, a unidade da zona oeste ainda não saiu do papel. A previsão, de acordo com o órgão, é que este seja inaugurado em dezembro deste ano.
E como Doria se comportou pessoalmente com LGBT?
Mesmo tendo prometido ir ao evento que mais atrai turistas à capital, a parada LGBT de São Paulo, em junho passado, o prefeito não compareceu.
Em coletiva de imprensa do evento, dias antes, afirmou que precisava manter compromisso com a filha, que completaria 15 anos e que a menina queria celebrar a data com viagem a Porto Rico.
Doria e Crivella
Dias após vencer a eleição para a prefeitura do Rio, Marcelo Crivella (PRB) disse que a vitória dele, de Doria em São Paulo e de Alexandre Kalil (PHS) em BH eram "uma mensagem contra a legalização do aborto, a liberação das drogas e a discussão da ideologia de gênero nas escolas municipais".
Doria não concordou com a frase e afirmou, durante participação no programa Roda Vida, da TV Cultura: "A única coisa que nos iguala é a vitória. A única coisa, a vitória".
Porém, um ano depois, o prefeito pastor do Rio e o prefeito gestor de São Paulo concordaram no discurso contrário à questão LGBT.
Na polêmica da exposição Queermuseu de Porto Alegre e da performance de um artista nu perante uma criança no Museu de Arte Moderna de São Paulo, Doria afirmou que ambas "afrontam o direito, a liberdade e, obviamente, a responsabilidade".
O paulistano disse ainda que a arte "deve obedecer limite" e pediu que quem promove arte no Brasil respeite "a família, as religiões e a liberdade alheia".
Casamento gay
Neste mermos período, Doria também foi questionado pelo jornal O Estado de S.Paulo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo (garantido pela Justiça no País desde 2013) e não mostrou apoio.
"Este é um tema que precisa ser estudado e avaliado. Tema de um debate mais profundo", afirmou.