Um dos maiores críticos dos direitos gays e também um dos religiosos com mais poder na Igreja Católica, o cardeal Raymond Burke, foi afastado pelo Papa Francisco do comando do Supremo Tribunal do Vaticano.
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Apesar de ainda não ter sido oficializada pela Igreja, a notícia foi confirmada pelo próprio Burke em conversa pelo telefone com o site BuzzFeed. "Eu não recebi uma transferência oficial ainda. Obviamente, essas questões dependem de atos oficiais", disse o cardeal norte-americano. Ele afirmou que qualquer nova missão que lhe seja dada, será aceita, mesmo que lhe tivesse gostado de continuar com a missão atual.
Neste domingo 19, encerra-se o sínodo (encontro de quase 200 bispos e cardeais), que por duas semanas debateu sobre a posição da Igreja em questões familiares. Burke disse ao site que o evento parece ter sido para "enfraquecer os ensinamentos e a prática da igreja", aparentemente com a bênção do papa Francisco.
No relatório final do sinodo, divulgado no sábado 18, não houve abertura para as uniões entre pessoas do mesmo sexo - um dos temas mais polêmicos discutidos no encontro - por não ter tido a maioria de dois terços necessária. Ainda assim, chegou-se bem perto. Ao todo, 118 bispos foram favoráveis e 62 contra. Ou seja, a ala progressista da Igreja Católica é quase o dobro da ala conservadora.
Um rascunho do relatório, divulgado no início da semana, apontava para uma maior aproximação com os gays e lésbicas. Deste documento inicial para o final foi retirada a expressão de boas-vindas aos homossexuais, mas manteve-se a proposta de acolhimento da Igreja. "Homens e mulheres com tendências homossexuais devem ser acolhidos com respeito e sensibilidade" diz o relatorio que também pede que seja evitada qualquer discriminação a eles.