O fascínio de Pierre Verger pelo corpo dos homens negros é a tônica da exposição Pierre Verger - O Mensageiro, que estreou sábado 28 na Galeria Marcelo Guarnieri, nos Jardins.
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A mostra traz imagens que estiveram no livro O Mensageiro, lançado em 1993 e organizado pelo casal Jean Loup Pivin e Pascal Martin Saint Leon.
O recorte homoerótico de sua obra, pouco usual, não foi por acaso. "Ele não falava da homossexualidade em público, mas amava fotografar os homens com quem tinha pequenas aventuras", disse Saint Leon, que foi amigo do artista, à Folha de S.Paulo.
"Verger se lembrava do nome de todos os homens que fotografou. Seu olhar não era o de um voyeur. Era íntimo, cheio de sensualidade. Cada foto era um momento de amor ou de felicidade", afirma.
O livro foi resultado de uma exposição que reapresentou Verger a seu país, a França. O artista, nascido em 1902, foi um dos fotógrafos franceses mais celebrados nas décadas de 1920 e 1930, mas após sua mudança para Salvador, no Brasil, em 1946, acabou sendo esquecido por lá.
Na ocasião do lançamento da obra, em 1993, Verger foi a Paris (três anos antes de sua morte) e assinou cópias de muitas das imagens e são estas que estão expostas em São Paulo e também à venda.
Verger, além de fotógrafo, foi um etnólogo e um dos maiores pesquisadores da cultura afro-brasileira e se interessou tanto pelo candomblé que se tornou babalaô (sacerdote iorubá).
A mostra fica em cartaz, de segunda a sábado, até 28 de março. Mais informações você tem em nossa Agenda.