Direitos iguais são assim: até as polêmicas tornam-se inclusivas. A volta do benefício de passagens aéreas para cônjuges de deputados federais pagas pelos cofres públicos, decidida nesta semana, tem rendido críticas da opinião pública. Mas importante observar o caratér amplo da medida: companheiros do mesmo sexo também podem usufruir das viagens.
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A norma segue padrão adotado pelo Ministério das Relações Exteriores na concessão de visto diplomático para cônjuges de diplomatas.
Desde 2010, mesmo antes da regulamentação da união estável homossexual no Brasil, o órgão já aceitava a inclusão de companheiros homossexuais.
Assim sendo, sob presidência de um homofóbico declarado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Câmara dos Deputados fez norma que respeita a diversidade.
Por meio de redes sociais, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), afirmou que Cunha comentou com a imprensa esse reconhecimento indireto aos homossexuais com a finalidade de "dar uma trégua à enxurrada de críticas" que a medida recebeu da população.
"Essa declaração não poderia ser mais cínica e oportunista!", disse Wyllys. "Não há nenhum outro deputado gay alé de mim na Câmara Federal e não há nenhuma deputada lésbica (claro que os que estão no armário não contam, pois, para fim de reconhecimento é preciso visibilidade)".
O deputado do Psol ressalta que como "único parlamentar homossexual assumido da casa" abriu mão do benefício antes mesmo de Cunha dar a declaração à imprensa.