Casadas há um ano e meio e juntas há oito anos, a professora de Geografia Daiane Maria Paz, de 27 anos, e a agricultora Mariana Cutis Arante, de 30 anos, conseguiram, no último 25 de novembro, a certidão de nascimento do filho com o nome de ambas as mães.
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Foi Daiane quem deu à luz a Pedro Paz Arante, em 24 de outubro, no município catarinense de Catanduvas, que fica a 391km de Florianópolis. O casal entrou com o pedido de registro de dupla maternidade mais de um mês antes do nascimento do filho.
"Quando a gente viu o exame positivo, a primeira coisa foi essa angústia de ter o direito de garantir o nome de nós duas no registro. Iniciamos logo o processo para não esperar ele nascer primeiro. No cartório, disseram para Daiane registrar primeiro e depois eu entrar com um processo. Mas aí eu iria adotar o meu filho. Então começou a peregrinação. Estou explodindo de felicidade! Somos o primeiro casal de Catanduvas, por isso alegaram que demoraram, porque queriam fazer um bom parecer para que servisse para outros casos, disse Mariana ao jornal Extra.
As moças pensaram primeiramente em adotar uma criança, mas quando souberam que a fila de espera no Cadastro Nacional seria de três a quatro anos, resolveram se inscrever para um programa de reprodução assistida popular de São Paulo, onde Daiane fez uma fertilização in vitro no final de 2013. Em fevereiro, elas se mudaram para um assentamento do Movimento Sem Terra na cidade catarinense.
"Fomos bem atendidas no hospital, pelos médicos e funcionários. Temos convicção de que nossa história vai servir de exemplo para outros casais. Não abrimos mão de seguir todos os caminhos justamente para ir abrindo o caminho. Se a gente não começar a pautar essas questões, não conseguimos. Os próximos casais terão um precedente, nao vão partir do nada. E só assim que a regulamentação vai vir, que os direitos vão ser garantidos sempre", afirmou Daiane à reportagem.