ABGLT coloca-se contra impeachment de Dilma Rousseff

Entidade afirma que impedimento é golpe, ataca Eduardo Cunha e convoca segmento às ruas

Publicado em 05/12/2015
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Dilma Rousseff e Carlos Magno, presidente da ABGLT e filiado ao PT

Maior entidade LGBT do país, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) divulgou, na sexta 4, nota posicionando-se contra o impeachment de Dilma Rousseff da Presidência da República. 

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Para a organização, a tentativa de finalizar precocemente o mandato da petista ameaça inclusive a democracia. "O pedido de impedimento com objetivo claro de vingança e chantagem, se levado adiante abrirá um precedente perigoso em nosso país ao instalar uma crise que pode gerar uma grande instabilidade política e fragilizar a nossa jovem democracia", diz trecho. 

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Intitulado "Eles virão e nós iremos! Nota contra o Eduardo Cunha e a favor da democracia", o texto trata a questão como tentativa de golpe e baseia sua opinião inclusive na resistência ao avanço do conservadorismo religioso no Poder Legislativo. A entidade tem como presidente o jornalista Carlos Magno, filiado ao PT.

Veja a nota na íntegra:

Eles virão e nós iremos! Nota contra o Eduardo Cunha e a favor da democracia

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT – fundada em 31 de janeiro de 1995, com 20 anos de existência, é uma Entidade de abrangência nacional com 308 organizações afiliadas e tem como objetivo a defesa e promoção da cidadania desses segmentos da população. A ABGLT também é atuante internacionalmente e tem status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas.

Vimos a público repudiar o encaminhamento do pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), feito pelo presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), no final da tarde do dia 2/12/2015. O pedido de impedimento com objetivo claro de vingança e chantagem, se levado adiante abrirá um precedente perigoso em nosso país ao instalar uma crise que pode gerar uma grande instabilidade política e fragilizar a nossa jovem democracia.

No nosso entendimento, a tentativa de processo de impeachment de uma presidenta democraticamente eleita pelo voto popular em eleições diretas nasce contaminado e com a marca do golpe. Eduardo Cunha, que é acusado de uma série de crimes de corrupção, não possui a menor credibilidade política, moral e a idoneidade necessária para ocupar o cargo de presidente da Câmara de Deputados. Cunha tem utilizado o parlamento brasileiro à serviço dos seus interesses pessoais, para aprovação de projetos que vão na contra-mãos do avanço democrático inaugurado pela Constituição Cidadã de 1988 e ao conjunto de Direitos Humanos que são parte de compromissos internacionais por uma vida mais digna e humana para a maioria das pessoas.

Neste sentido, nos colocando na defesa do processo democrático e pelo fim do avanço conservador de cunho fundamentalista religioso representado em seu posto mais alto pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, convocamos todas as pessoas, núcleos, grupos e coletivos LGBT e que lutam pela diversidade sexual e de gênero a se juntarem numa grande mobilização nacional nas redes e nas ruas contra o golpe. Em um momento onde eles tentam avançar e atentar contra a democracia, nós não recuaremos!

Eles virão e nós iremos!

Às redes e às ruas em defesa da democracia.

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