Uma vida repleta de descobertas, discriminações, mudanças e reinvenções. A história de Antônio Teixeira Benevides Neto é contada na autobiografia Mel e Fel, que tem lançamento neste domingo, às 15h30, no Museu da Diversidade Sexual.
Curta o Guia Gay São Paulo no Facebook
De produção independente e revisada pelo próprio autor, a obra interessa tanto a LGBT quanto a qualquer pessoa que deseje saber não por meio de estatísticas ou tuítes, mas por um mergulho tocante, como pode ser a jornada de uma pessoa trans.
Órfão de mãe e filho de um pai ausente, Antonio foi criado pelos avós e tias em Fortaleza e desde muito cedo provou a dor de ser "diferente". De piadas na vizinhança a bullying na escola, o menino foi vítima de abuso sexual dentro de casa e descobriu a sexualidade muito cedo.
Dos primeiros encontros na adolescência com homens mais velhos em suas idas ao mercadinho do bairro ao contato com as drogas e a prostituição na Europa, o livro perpassa 40 anos de vida - dos 5 aos 45 anos - de Antonio, que sempre quis apenas lutar para ser ele mesmo e viver um grande amor.
Se por um lado, o biografado tem experiências que - infelizmente - são comuns a muitos LGBT no País, em relação a episódios de violência, por outro, mostra-se singular ao se descobrir transexual e, anos, depois, fazer um segundo processo de transição e retornar à sua identidade de gênero masculina.
"Com relação a minha identidade de gênero, posso dizer que, ao longo de toda a minha existência, eu sempre oscilei entre o comportamento masculino e o feminino" explica Antonio. Segundo ele, isso ocorria de acordo com a fase na qual se encontrava e, assim, julgava mais apropriado à sua rotina.
Hoje, aos 47 anos, dividindo-se entre a função de recepcionista em um consultório médico, a prática de esportes e aulas de francês, na capital cearense, e com um sonho de vida realizado (o de colocar no papel a sua história), Antonio responde sobre seu atual objetivo: esclarecer o maior número de pessoas sobre os temas que experienciou, diminuindo e, quem sabe evitando, o preconceito e o sofrimento das novas gerações.
"Gostaria de fazer com que a minha história chegasse às mãos de um editor disposto a torná-la algo amplamente transformador", o autor, a respeito da autobiografia lançada em tiragem limitada. Mais informações sobre a tarde de autógrafos de Mel e Fel com a presença de Antonio você tem em nossa Agenda clicando aqui.