Com cinco solos, o belíssimo espetáculo Rio Diversidade retorna a São Paulo nesta semana para uma rápida temporada no Sesc Avenida Paulista.
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A montagem, que fez apresentações na capital paulista em 2017, volta com uma peça a mais. Ao todo, são cinco peças curtas, de cerca de 20 minutos cada, que tratam de temas caros à comunidade LGBT.
A novidade é o solo Ofélia - A Travesti Gorda, de Helena Vieira e direção de Rodrigo Abreu. No palco, Magô Tonhon vive uma travesti viciada em Coca-Cola e que se confronta com as roupas pequenas, a imposição da magreza, a depressão e a vida sexual de uma mulher fora dos padrões estéticos.
Em Genderless - Um Corpo Fora da Lei, Larissa Bracher interpreta a história real de Norrie May-Welby, uma pessoa australiana que travou uma luta com a Justiça de seu país para ser reconhecida como "sem gênero específico".
Com texto de Marcia Zanelatto e direção de Guilherme Leme Garcia, a peça reflete sobre gêneros masculino e feminino e os conflitos entre as identidades sexuais e as estruturas sociais.
Uma mulher presa dentro de um "armário-sala" é o ponto de partida de Como Deixar de Ser. Cris Larin divide com a plateia o peso de não ter coragem de assumir quem verdadeiramente é e revela seus desejos mais profundos. O texto é Daniela Pereira de Carvalho e a direção de Renato Carrera.
Outra história real baseou o texto de A Noite em Claro, de Joaquim Vicente. O autor lembra que estava impactado com o assassinato do diretor de teatro Luiz Antônio Martinez Correa, na década de 1980, quando recebeu a visita de um amigo famoso.
Este amigo contou que havia passado "a noite em claro" com o possível assassino de Correa. O relato foi transformado na peça e encenado pelo bonitão Thadeu Matos e direção de Cesar Augusto.
Por fim, A Flor Carnívora fala de uma sociedade vegetal que a mostra a insurgência das plantas contra a plantação de soja que quer dominá-las. Gabriela Carneiro da Cunha interpreta a flor carnívora que afirma o hermafroditismo das plantas e fala de intersexualidade e protesta contra o homem com intensa necessita de catalogar tudo. O texto é de Jô Bilac e a direção de Ivan Sugahara.
Todas as cenas são costuradas pela presença marcante e debochada da drag queen Magenta Dawning. A cenografia das peças impressiona tanto quanto a dramaturgia. Impossível não se emocionar com atuações dilacerantes que tratam diversas questões pertinentes a LGBT. Em uma palavra só: imperdível!
Rio Diversidade tem apresentações de quarta a domingo somente nesta semana. Mais informações você tem em nossa Agenda clicando aqui.