Um dos mais reconhecidos ativistas gays do País é tema do espetáculo Codinome Daniel, que estreia nesta sexta-feira 12 em São Paulo.
O musical do Núcleo Experimental tem como foco Herbert Daniel (1946-1992), sociólogo e jornalista belo-horizontino, que integrou grupos guerrilheiros no fim dos anos 1960, durante a ditadura militar.
Herbert participou de assaltos a bancos e sequestros de diplomatas para que presos políticos fossem soltos.
Homossexual assumido, o jornalista sofria discriminação tanto do regime vigente quanto de seus companheiros de guerrilha.
Para não ser preso, em 1974, exilou-se em Portugal, e mais tarde na França, onde contraiu o vírus HIV.
Um dos últimos beneficiados pela anistia, Herbert retornou ao País e tornou-se um dos maiores nomes pela luta contra a aids.
Foi responsável pela Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids e um dos criadores do Grupo Pela Vidda, uma das ONGs mais renomadas no campo do HIV e da aids. Ele também foi cofundador do Partido Verde (PV).
"Ele trouxe ideias revolucionárias para enfrentar a doença e o preconceito social, e elas ainda são válidas até hoje, como a ideia de solidariedade no combate à epidemia", afirma o historiador e brasilianista estadunidense James Green, autor de biografia sobre Herbert, no qual se baseia a dramaturgia do espetáculo.
A peça encerra a Trilogia para a Vida, do grupo teatral, composta também pelos espetáculos Lembro Todo Dia de Você e Brenda Lee e o Palácios das Princesas. Em comum, todas as montagens discutem a epidemia da aids e questões do HIV, dos anos 1980 aos dias de hoje.
Codinome Daniel tem direção de Zé Henrique de Paula e fica em cartaz de sexta a segunda no Teatro do Núcleo Experimental, na Barra Funda, até 2 de março. Mais informações você tem em nossa Agenda clicando aqui.
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