Ao menos por 30 dias a Prefeitura de São Paulo estará sob o comando de um religioso com luta anti-LGBT.
Neste domingo 2, o prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou que tirará licença por um mês e passou comando da cidade para o vice, Ricardo Nunes (MDB).
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Covas está em tratamento de um câncer no sistema digestivo e foi internado novamente hoje no Hospital Sírio Libanês, na Bela Vista, região central.
Nunes foi vereador por dois mandatos seguidos (2012-2020) e era membro da bancada religiosa da Câmara Municipal.
Em 2015, sob gestão de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura, Nunes foi um dos articuladores para que se retirasse todas as menções à diversidade sexual no Plano Municipal de Educação, que foi aprovado.
"Eu sou pela família, gênero não", gritou Nunes durante seu voto, segundo a Folha de S.Paulo.
De acordo com a publicação, o agora prefeito interino é próximo do setor conservador da Igreja Católica.
A escolha de seu nome como vice nas eleições de 2020 foi justamente para contrabalancear a visão mais progressista que a sociedade teria de Covas.
Em nota, a Prefeitura afirmou que o pedido de afastamento de Covas será enviado nesta segunda-feira 3 à Câmara.
"Com o surgimento de novos focos, o Prefeito de São Paulo precisará de dedicação integral ao tratamento e entende que não será compatível com as suas responsabilidades e compromisso com a cidade e os paulistanos. Diante do exposto, o ofício com o pedido de afastamento por 30 dias será enviado nesta segunda-feira, 03/05, com base nos Artigos 65 e 66 da Lei Orgânica do Município", diz o comunicado.