Para te ajudar a decidir para quem vai seu voto nas eleições de 6 de outubro de 2024, o Guia Gay São Paulo analisou os programas de governo dos dez candidatos à Prefeitura da capital.
Foi feita leitura para achar propostas com citação direta a LGBT ou a palavras tais como diversidade, orientação sexual e identidade de gênero.
Os textos analisados foram os registrados por cada candidatura no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os candidatos João Pimenta (PCO), Marina Helena (Novo) e Pablo Marçal (PRTB) não citam LGBT em seus programas de governo. Bebeto Haddad (DC) não divulgou o conjunto de suas propostas.
Altino Prazeres (PSTU)
A referência à comunidade aparece 18 vezes no plano de governo do candidato socialista. Há um tópico específico para essa população chamado "Luta das LGBTI+".
Altino aponta que houve 27 assassinatos de LGBT em São Paulo no último ano e, em sua maioria, por meios brutais. Ele também cita a violência institucional e afirma que LGBT pobres e periféricos têm menos acesso a serviços de saúde.
O candidato propõe educação sexual nas escolas para combater a opressão e diminuir a evasão de LGBT, cotas para trans no serviço público e construção de casas de abrigo para LGBT expulsos de suas residências.
Ele também fala em instalar o "Programa Saúde", por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), para dar atenção ao bem-estar mental e prevenir suicídio, democratizar o acesso à terapia antirretroviral, ampliar serviços ambulatoriais de terapia hormonal e garantir cirurgia a pessoas trans.
Datena (PSDB)
LGBT são citados apenas uma vez em seu programa de governo e aparecem no segmento chamado "Inclusão".
"À comunidade LGBTQIA+ dedicarei iniciativas que contemplem políticas de saúde, sociais e educativas baseadas no cumprimento da legislação que estabelece punições contra quem pratica discriminação e violência contra pessoas a partir da sua orientação sexual e de sua identidade de gênero", promete o candidato.
Guilherme Boulos (Psol)
Três das 119 diretrizes do seu plano de governo abordam a comunidade arco-íris. No tópico "Políticas para a população LGBT+", o psolista propõe sensibilizar servidores públicos, de áreas como saúde e segurança urbana, para ajudar a combater a violência e a discriminação no âmbito da Prefeitura.
Boulos também fala em ampliar programas como o Transcidadania - que oferece educação e emprego para pessoas trans - e criar novas unidades dos Centros de Cidadania LGBT+. Atualmente funcionam quatro (um em cada zona da capital) e mais o Centro de Referência e Defesa da Diversidade, no Centro.
Por fim, Boulos propõe a implementação do Plano de Saúde Integral da População LGBT+ para fomentar um abordagem inclusiva a essa população nos serviços de saúde.
Ricardo Nunes (MDB)
O termo LGBT não aparece no programa, mas a comunidade surge no tópico "Diversidade". Ali, o atual prefeito não faz propostas, mas enumera suas conquistas junto a este segmento, como as de melhoria dos Centros de Cidadania LGBTI, o fato de ter quintuplicado as vagas no Transcidadania e de ter criado o Centro de Referência e Atenção à Saúde das Pessoas Trans e de ter inaugurado o Centro de Acolhida Especial.
Ricardo Senese (UP)
Construção de casas de abrigo e aluguel social para pessoas trans e travestis estão listadas dentre as propostas do candidato no tópico "Proteção e direito para a comunidade LGBTQIA+".
Ele sugere incentivação para contratação de pessoas trans, cotas para trans e travestis em concursos e universidades e inclusão de informações sobre o segmento em materiais didáticos e programas pedagógicos escolares.
Senese ainda fala em aumentar vagas para cirurgias de redesignação sexual, proibir procedimentos cirúrgicos em pessoa intersexo sem consentimento e ampliar fornecimento de medicamentos antirretrovirais para HIV.
Tabata Amaral (PSB)
No segmento "Inclui São Paulo", a candidata contempla o segmento no tópico "População LGBTI+".
Tabata propõe criar política de formação continuada para servidores públicos sob diversas perspectivas, tais como a sexualidade, envolvendo metodologia em parceria com grupos acadêmicos e movimentos sociais para fortalecer direitos de LGBT.
A candidata fala de lançar materiais institucionais e campanhas que mostrem os canais de denúncia e fomentem o combate ao preconceito contra LGBT e o respeito à diversidade sexual.
Ela propõe o fortalecimento de estratégias que busquem acesso ao mercado de trabalho para esta população, em especial para trans.
Por fim, Tabata quer ampliar o número de centros de acolhida voltados a LGBT em situações de risco ou de rua.