Espetáculo Rio Diversidade é composto de cinco peças curtas que abordam a temática LGBT e costurados pela apresentação da drag queen Magenta Downing.
Após apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro, peça retorna à capital paulista agora com um solo a mais, chamado Ofélia - A Travesti Gorda.
Escrita por Helena Vieira e dirigida por Rodrigo Abreu, a peça conta a história de Ofélia, uma travesti gorda, viciada em Coca-Cola. Interpretada por Magô Tonhon, a personagem se confronta com as roupas pequenas, a imposição da magreza, a depressão e a vida sexual de uma mulher fora dos padrões estéticos.
As outras quatro peças/solos são:
Genderless - Um Corpo Fora da Lei - Inspirado na história real de Norrie May-Welby que, em 2010, depois de travar uma luta contra o Estado na Austrália, se tornou a primeira pessoa do mundo a ser reconhecida como "sem gênero específico" (genderless).
A partir do fato, a peça reflete poeticamente sobre os gêneros masculino e feminino e os conflitos entre as identidades sexuais e as estruturas sociais.
Como Deixar de Ser - Com texto de Daniela Pereira de Carvalho e direção de Renato Carrera, a história trata de uma mulher de meia idade, interpretada por Cris Larin, que está presa dentro de um "armário-sala", herança da mãe, simbolizando sua prisão interna.
Durante 20 minutos de exasperação, ela divide com a plateia o peso de não ter a coragem de assumir quem é verdadeiramente, revelando seus pensamentos e desejos mais profundos.
A Noite em Claro - Com direção de Cesar Augusto e atuação de Thadeu Matos, o autor Joaquim Vicente lembra que ainda estava sob o impacto do assassinato do diretor teatral Luiz Antonio Martinez Correa nos anos 1980 quando, numa manhã, um amigo e escritor famoso chegou pouco antes de amanhecer à sua casa e contou que tinha passado "a noite em claro" com um assassino que talvez fosse o mesmo procurado pela morte de Luiz Antonio. O contundente e verídico relato foi transformado em peça.
Flor Carnívora - A última montagem leva assinatura de Jô Bilac na dramaturgia. Com direção de Ivan Sugahara e atuação de Gabriela Carneiro da Cunha, a peça aborda uma imaginária sociedade vegetal, na qual a plantação de soja quer dar um golpe monocultural, enquanto as demais plantas se insurgem em defesa da pluralidade.
Em plenária, a flor carnívora afirma o hermafroditismo das plantas, sua indefinição de gênero, sua intersexualidade, e protesta contra a colonização organizadora do homem, que procura catalogar e normatizar o que a natureza criou diverso. Um ato de liberdade por um mundo menos transgênico e mais transgênero. 110 minutos. Classificação: 18 anos.
Fotos: Elisa Mendes, Ricardo Brajterman e Dalton Valério.