Sim, 2017 foi um ano atribulado. Uma personagem trans gay na novela das 21h de um lado, ameaça de o Brasil ter autorizada a "cura gay" de outro. Empresas cada vez mais engajadas no trabalho pela cidadania arco-íris aqui, mas forças reacionárias com voz em ampliação ali.
Curta o Guia Gay São Paulo no Facebook
Sim, ano de quem nos faz acreditar que bons tempos virão! Foi justamente para aplaudirmos e agradecermos a essas pessoas que o Guia Gay São Paulo criou a lista Os 10 LGBT Mais Influentes de São Paulo, que chega agora à quarta edição consecutiva.
Mais
>>> Os 10 LGBT Mais Influentes de São Paulo em 2016
>>> Os 10 LGBT Mais Influentes de São Paulo em 2015
>>> Os 10 LGBT Mais Influentes de São Paulo em 2014
A escolha e a ordem da lista vêm de observação ao longo de todo o ano feita pelo Guia Gay São Paulo. Trabalhos, publicações, vídeos, palestras, manifestações, festas, mobilização, tudo isso se soma para, enfim, chegarmos ao que se tem como influência.
Eis a lista que deve nos servir de inspiração de tenacidade e capacidade de transformar, e exemplo para cada vez mais valorizarmos a comunidade LGBT (A marcação "N" significa novidade/estreia, "R" é para quem está retornando e o número é a posição em que a pessoa estava em 2016):
10 - (R) Elvis Justino
Orgulho de ser gay, ativista LGBT e da periferia de São Paulo. Assim é feita a trajetória de Justino, que é um dos líderes da Rede Periférica LGBT Família Stronger, coletivo de apoio mútuo, marcadamente jovem, que se espraia por todo o País. Em 2017, o ativista foi um dos organizadores da I Parada LGBT de Cidade Tiradentes, que levantou a bandeira arco-íris em uma das regiões mais pobres da capital. Enquanto esse texto é escrito, Justino está na Câmara Municipal de São Paulo em protesto contra o projeto Escola sem Partido, que, se implantado, pode vedar debate sobre LGBT no ensino local.
9 - (9) André Almada
Não há como se falar em diversão para gays em São Paulo ou na América Latina sem falar em André Almada. O dono da The Week consolidou a filial no Rio e expandiu sua marca na capital paulista com o Espaço 555. Cravado no coração da cidade, o lugar de eventos abrigou este ano algumas das festas mais badaladas da cidade, voltadas a diversas subcomunidades arco-íris, como bears, drags e sarados. Em 2017, também fincou bandeira para além do eixo Rio e São Paulo com o projeto On The Road em capitais tais como Brasília e BH.
8 - (N) Angélica Morango
Lá se vai quase uma década que a jornalista participou do Big Brother Brasil, e ela soube, como poucos, manter sua relevância nas redes sociais. Linda, inteligente e articulada, Morango virou referência para LGBT, em especial, as lésbicas, com mais de 240 mil seguidores no Twitter, um blog no UOL, maior portal brasileiro, no qual fala de comportamento a política, e ainda roda o Brasil como DJ.
7 - (N) Tchaka
Ela já esteve perto da lista dos 10 LGBT Mais Influentes de São Paulo há alguns anos e finalmente entrou. Não tem assunto que Tchaka não comente em suas redes, sempre alerta contra o afronte aos direitos LGBT. Do olimpo de drag queens paulistanas, com certeza, é a que mais se faz presente em atos pela cidadania LGBT, o que mostra que a vida não é só palco. É também asfalto. Mais do que uma voz pela comunidade, a artista se tornou símbolo da Parada LGBT de São Paulo, a maior do mundo. Foto com o prefeito para simbolizar a soma com a marcha? Então a foto é com Tchaka. Como apresentadora no trio de abertura da caminhada, milhares vibraram com seu discurso repleto de garra, empoderamento e amor pela causa.
6 - (R) André Fischer
Desde o começo dos anos 1990, André Fischer tem seu nome dentre os grandes da comunidade LGBT. Fundador do Festival Mix Brasil, que este ano chegou à 25ª edição, o jornalista teve como novidade em 2017 o cargo de diretor do Hornet no Brasil, maior app gay no País. Por suas mãos, o aplicativo promoveu várias ações na cidade, tais como o Tarde de Descobertas, que reuniu, na Fnac, debates, literatura e música; a Taça Hornet de Futebol da Diversidade, para times gays; o DNA, com objetivo de promover encontro de empreendedores e executivos LGBT, e anúncios publicitários no metrô, importante forma de visibilidade gay e bi. Recentemente, passou a ter a mesma função em sua terra natal, o Rio de Janeiro.
5 - (N) Ricardo Gomes
Gomes é presidente da revigorada Câmara de Comércio LGBT Brasileira, que, em 2017, deu início à incorporação da Associação Brasileira de Turismo LGBT. Assim, mais de 100 empresas de diversos portes, passam a estar sob sua representação no trabalho de fortalecer negócios e incentivar o empreendedorismo de e para LGBT. Além de mostrar tal força para além das fronteiras do Brasil, Gomes foi articulador de conversas com outros setores produtivos e governos para que seja reconhecida a potência do mercado arco-íris. Dezenas de empresas se reuniram ao longo do ano nos encontros feitos em São Paulo pela câmara inicialmente dentro do projeto DNA, e mais recentemente, sob o nome Connecting, que ganha edição carioca.
4 - (2) Liniker
Suas canções ainda não são um estouro nas rádios (e talvez nunca sejam), mas isso não importa. A cantora ganha cada vez mais respeito da crítica, espaço na mídia e um trabalho relevante que evoca e soma boa música com discurso urgente e necessário. Protagonizou beijo na boca em Johnny Hooker em pleno Rock in Rio, abordou questão de assédio em show e se firma como uma das melhores vozes da nova geração.
3 - (N) Ricardo Sales
A explosão arco-íris que a publicidade brasileira tem vividos nos últimos tempos tem nos seus créditos o nome deste mestre pela USP e consultor em diversidade e comunicação. Firmou-se como referência junto a empresas que desejam mudar imagens e valores e tornarem-se mais inclusivas. Aí estão, por exemplo, Skol, a marca mais valiosa do País, e a Avon. Sales comemorou mais de uma centena de palestras pelo Brasil e é fonte constante em reportagens sobre como a diversidade no mundo publicitário chegou para ficar, e mudar!
2 - (N) Reinaldo Bulgarelli
Resumidamente, pode-se dizer que o PIB pró-arco-íris brasileiro está sob a atuação de Bulgarelli, secretário executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBT. Estão nessa organização filiais brasileiras de cerca de 40 das mais importantes companhias mundiais tais como Google, IBM, Facebook, Carrefour, Coca-Cola, Microsoft e Ambev, e outras nacionais. Por meio do trabalho de Bulgarelli, essas empresas assinam carta com dez compromissos pela promoção da cidadania LGBT tanto internamente, o que impacta seus milhares de empregados, quanto externamente, em suas publicidades.
1 - (N) Iran Giusti
Foi pelas mãos desse paulistano de 28 anos que nasceu no início do ano, a Casa 1, o projeto de assistência social mais bem-sucedido do País. Após campanha de financiamento coletivo, o espaço, na Bela Vista, ganhou vida e muitos apoiadores, dentre grandes marcas, como Skol e Doritos.
Hoje, há ao menos 13 projetos semelhantes espalhados pelo País que se inspiraram na Casa 1, que não é apenas um local que dá moradia a jovens LGBT sem-teto ou expulsos de casa. O local abrigou inúmeros eventos durante o ano e ofereceu cursos, tornando-se um espaço de fomentação de ideias e habilidades. Por meio de sua ação, Giusti criou novos marco e modelo de ação pela cidadania LGBT.
Clique aqui para ler entrevista com Iran a respeito de seu prêmio como LGBT mais influente de 2017.
