Esses artistas estão há tanto tempo dentre nós que agora passarão a ser objeto de estudo acadêmico. A Universidade Edge Hill, em Ormskirk, Lancashire, no norte da Inglaterra, vai criar o curso Performance de Drag Kings e Drag Queens a partir do próximo ano.
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O curso será oferecido aos alunos do terceiro ano de Artes Performáticas. Serão estudados performance de drag, figurinos, dublagem e uso do humor. Tudo isso terá como base teorias e história da sexualidade, teatro gay e lésbico, identidades transgêneras, HIV e aids e ativismo.
Para o idealizador do curso, o professor sênior Mark Edward, apesar dos artistas "se travestirem desde os tempos de Shakespeare, este módulo é completamente original em explorar o cruzamento de fronteiras em termos de gênero e performance".
"A Lei de Educação 2010 determinou que os prestadores de educação, incluindo universidades, deve ir além da não-discriminação com base no sexo, e na verdade, promover a igualdade e Edge Hill tem uma reputação fantástica na promoção grupos minoritários em termos de identidades sexuais", explicou Edward.
E como andam nossas drags?
O professor analisa que a arte de se montar teve uma queda signifticativa no país. No Brasil, pode-se dizer o mesmo. Em recente palestra na Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, artistas reclamaram que as apresentações de drag queens têm perdido espaço nas boates, que preferem contratar DJs. Ainda assim, a cena drag é a mais forte do País e várias delas têm reconhecimento nacional.
No Rio, uma boa iniciativa é da websérie Drag-se, que estreia em junho, e vai acompanhar a rotina de 12 drags cariocas. Em Floripa, a única boate que apresentava shows, o Mix Café, fechou em setembro passado. A drag mais famosa da cidade, Selma Light, se desfez de todos os figurinos conquistados por mais de uma década e agora voltou-se ao seu lado apresentadora, em uma emissora local.
Salvador tem no bar Âncora do Marujo seu grande templo do tranformismo, com apresentações de terça a domingo, concurso de talentos e shows de humor inclusive. Enfim, o gloss ainda tem muito a brilhar!
