Transformista Marcia Pantera é agredida aos gritos de "macaco"

Dois homens e uma travesti desferiram chutes e socos contra artista na porta da boate Danger

Publicado em 26/10/2014
Marcia Pantera postou fotos da violência que sofreu em perfil no Instagram

Na madrugada de sábado, 25, o artista Carlos Márcio Silva, mais conhecido pelo seu personagem Marcia Pantera, foi agredido com mordidas, chutes e socos por dois homens e uma travesti que na porta da boate gay Danger Dance Club, no centro de São Paulo.

O ataque começou após um dos agressores ter chamado o artista de macaco. Silva teve o rosto unhado, a boca machucada, o ombro deslocado, tem mordidas pelo corpo e está com dores generalizadas. 

Curta o Guia Gay São Paulo no Facebook

Ao chegar na boate, por volta de 1h30 do sábado, ainda sem estar montado para o show, Silva disse ter visto a briga de dois homens e uma travesti com um segurança na calçada. Ao passar pela confusão, um dos homens o xingou de macaco. "Então, olhei para trás e perguntei se era comigo. Ele disse que sim e repetiu o xingamento. Quando vi, ele já estava vindo para cima de mim. Eu me defendi, mas logo os outros dois se juntaram a ele e começaram a me bater", contou o artista ao Guia Gay São Paulo.

Silva reclama da falta de ação do segurança. "Apanhei dos três no chão, levantava, era derrubado de novo. O segurança ficou assistindo. Só me ajudou e vieram mais seguranças quando comecei a gritar por socorro." De acordo com informações obtidas pelo artista, o trio já havia agredido um DJ com uma mordida dentro do clube, por isso eles estariam do lado de fora discutindo com o segurança. E aí, para Silva, houve um erro grave da casa. "Se eles já haviam agredido uma pessoa lá dentro, por que não chamaram logo a polícia?"

A reclamação contra a Danger ainda inclui a falta de ajuda. "Eu fui sozinho para o hospital. Ninguém me acompanhou." Silva se dirigiu à Santa Casa e teve de esperar por atendimento por duas horas. Na manhã do sábado, mais espera e falta de atenção. "Fui registrar o boletim de ocorrência, esperei na delegacia de 10h às 15h e não consegui! Cinco horas esperando! Voltei no domingo e acho que só não tive de esperar as duas horas que falaram que iria demorar porque um dos atendentes era negro e parece que teve identificação com o fato de eu ter sido vítima de racismo."

Mesmo abalado, Silva afirma que não deixar o caso impune. "Vou lutar com todas minha forças para esses agressores serem punidos. Não vou desistir, não vou deixar para lá. Todo ser humano merece respeito."

O Guia Gay São Paulo tentou entrar em contato com a Danger, mas os telefonemas não foram atendidos. 

Em junho, o artista, que é o inventor do bate-cabelo (performance clássica das boates seguida por drags de todo o País), comemorou 26 anos de carreira.


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.