Em um domingo, enquanto espera amigos no Largo do Arouche, um dos principais points gays de São Paulo, o administrador Robson Eduardo, 27 anos, aguarda a vez para realizar o teste de HIV. Como isso é possível? O trailer do programa governamental Quero Saber é a resposta.
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Com o objetivo de facilitar o acesso ao teste de HIV por parte de homossexuais e bissexuais masculinos e pessoas trans, o município e o Estado de São Paulo se somaram para disponibilizar o serviço, todos os domingos, de 16h às 20h.
Vindo de experiência de sucesso implantada no Brasil em 2008 pela ONG Espaço Prevenção e Atenção Humanizada (EPAH), o projeto, a partir de meados de 2014, tornou-se política pública de forma permanente.
Do lado de fora do trailer, cadeiras e mesas são preparadas para receber o público. Aí é momento de os integrantes do projeto colherem informações sobre o comportamento sexual de quem deseja fazer o teste e possíveis práticas de risco que justifiquem o exame.
Dentro da unidade móvel, há cômodo para que a realização do teste por meio de fluido oral, e também para que o resultado seja informado. Caso o primeiro resultado seja positivo, uma nova prova, aí feita por sangue, é realizada no trailer mesmo. Durante todo esse período, quem faz o teste fica dentro da unidade móvel. Todo o processo é confidencial.
Caso o resultado seja negativo, há orientação para que a pessoa não corra mais riscos de se infectar. Na situação de haver confirmação da soropositividade, é dada orientação para assistência no Sistema Único de Saúde. De toda forma, a saída do trailer é feita pela parte de trás. Em média, são realizados 55 exames por domingo. Cerca de 10% dão positivos.
A relação contínua com a comunidade do local é benéfica, explica o coordenador do projeto, Beto de Jesus. "Alguém que se testou em um domingo, no outro traz o namorado, amigos. Quem começa o tratamento depois vem nos contar como está. A relação é ótima. E esse é mesmo o objetivo, estarmos integrados."