Os direitos arco-íris dividem o mundo, mas a sexta-feira, 26, foi de batalha ganha pelos LGBT. A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou projeto que determina que a entidade avalie a cada dois anos a violência homofóbica no mundo.
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Brasil, Chile e Uruguai estavam à frente do projeto e conseguiram apoio dos países latino-americanos e europeus. Segundo a Agência Estado, a intenção do Brasil era que houvesse um consenso e não fosse necessária a votação. Não deu certo e o País propôs o voto e a resolução foi aprovada por 25 votos a favor, 14 contra e 7 abstençôes.
Até Cuba e Venezuela que geralmente votam contra propostas do Ocidente foram favoráveis ao projeto, assim como nações extremamente católicas como Itália e Irlanda, que pontuaram que a resolução vai melhorar a difícil situação na qual muitos gays e lésbicas têm que viver.
Dentre os Brics, África do Sul acompanhou o voto brasileiro, mas Índia e China se abstiveram. A Rússia não supreendeu: votou contra o projeto. O país tem se esmerado em se tornar uma das nações mais homofóbicas do planeta. Egito, Argélia, Marrocos, Costa do Marfim e Indonésia foram alguns que também se colocaram contra a resolução.
O texto do projeto determina que a entidade expresse "a grave preocupação contra atos de violência e discriminação cometidos contra indíviduos por causa de sua orientação sexual e identidade de gênero".
"O termo orientação sexual pode ser destrutivo e é um inimigo à fé muçulmana e aos jovens", declarou a delegação do Paquistão, em um documento enviado à ONU. Nações homofóbicas insistem que defender os direitos arco-íris é uma imposição cultural e uma "violação aos direitos humanos", veja só, como escreveu a delegação saudita.