Em seu plano de governo, o candidato do Partido Social Cristão (PSC) à Presidência da República, Pastor Everaldo, deixa claro como serão tratados os direitos LGBT caso vença as eleições de outubro: com enfrentamento até a extinção dos avanços conseguidos.
A efetivação do famigerado projeto da "cura gay", arquivado duas vezes no Congresso Nacional - em 2013 e 2014 -, é uma meta. A defesa da proposta está no capítulo sobre as liberdades civis (!).
O pastor promete no plano: "A revogação das leis que presumem que o Governo sabe melhor que o indivíduo como viver sua própria vida, sempre com critérios razoáveis e evitando que o exercício de sua liberdade imponha custos para terceiros ou contribua para a destruição dos princípios éticos de sã convivência democrática".
O argumento de que permitir homossexuais "se curarem" seria respeito à liberdade individual é um dos maiores argumentos da bancada evangélica para tentarem usar a ciência na regressão de não-heterossexuais. No mais, o Poder Executivo não tem poder de anular lei. A promessa é falaciosa, portanto.
A teocracia e a postura retrógada não param aí! Em outro ponto do plano, registrado no Tribunal Superior Eleitoral, o PSC afirma que acabará com órgãos e conselhos federais que não coadunem com valores tradicionais. É trecho: "Fim do aparelho estatal para a promoção de atos que não coadunam com a tradição da sociedade brasileira".
Por outro lado, o candidato do PSC mostra-se contraditório no documento. É dito que seu governo visa "garantir tratamento estatal isonômico para toda a sociedade, com a promoção de políticas públicas que garantem que os menos afortunados possuam condições satisfatórias para exercício do autodesenvolvimento, sem distinção de cor, credo ou qualquer outra forma discriminatória". Pelo jeito, o verbete igualdade está bem deturpado no dicionário da agremiação religiosa.