Por Welton Trindade
O domingo 7 começou com a Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT) dando prova de desorganização e desrespeito ao trabalho da mídia. A coletiva de imprensa iniciada às 9h45 na Fecomércio, próximo à Avenida Paulista, foi marcada por intervenções de ONGs, claques e cerceamento à atuação de jornalistas.
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O que era para ser oportunidade de profissionais da imprensa questionarem a organização e autoridades públicas sobre a 19ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo transformou-se em palco de cobranças do movimento LGBT, xingamentos e até agressão física dentre quem assistia. Ao invés de limitar o evento à mídia, a APOGLBT transformou-a em um vale-tudo e um desserviço à própria parada.
Sujeitaram-se ao episódio a senadora Marta Suplicy (sem partido), o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito Fernando Haddad (PT) e secretários municipais e estaduais, dentre eles os de Segurança Pública, Cultura, Justiça e Direitos Humanos.
Da parte da organizadora, um teatro também feito na coletiva de imprensa de apresentação da parada, em maio. O presidente Fernando Quaresma faz discurso breve e leve, quase descartável, e o apresentado como sócio-fundador, Nelson Matias, cumpre rosário de ataques à prefeitura, devidamente aplaudido pela claque de diretores da própria ONG.
A maior confusão no evento teve como objetivo cobrar apuração do caso de tortura da travesti Verônica Bolina. Grupo levantou-se e mostrou fotos da vítima. Outra participante, entretanto, aos gritos, chamou Verônica de criminosa. No embate, integrantes de ONGs chegaram a se agredir fisicamente.
Por conta do caos, só houve duas perguntas da mídia e uma de uma ONG (?!). Em suas falas de abertura e nas respostas, autoridades deixaram disputas partidárias de lado e se comprometeram com a causa LGBT.
Para Marta Suplicy, a parada é um momento bom dentre várias notícias ruins ao longo do ano contra a cidadania LGBT. "É um momento de respiro! Um dia de alegria e sem violência. E importante notar como a parada, na sua 19ª edição, tem sempre conseguido expressar as pautas mais atuais do segmento." Em 2015, o tema da parada pede respeito a LGBT.
O prefeito Fernando Haddad defendeu o Estado laico e o respeito à toda a diversidade de pessoas. Em resposta à critica da APOGLBT sobre corte de verbas para o evento, o prefeito convidou a ONG a, nesta semana, reunir-se com ele para já começar a pensar a parada de 2016.
O governador Geraldo Alckmin afirmou que sua gestão é comprometida com LGBT e que as ações para o segmento perpassam diversas secretarias, tais como Cultura, Saúde e Justiça.O político ainda informou que foi aberta licitação para o restauro de casa na Avenida Paulista que vai abrigar o Museu da Diversidade, hoje na estação República do Metrô.