O recuo da candidatura de Marina Silva (PSB) quanto ao PLC 122/06, que criminalizava a homofobia, e ao casamento homossexual colocou a questão da cidadania LGBT como um dos pontos principais das eleições presidenciais de 2014.
O tema tornou-se tão quente que jornalistas questionaram Dilma Rousseff (PT) a respeito após debate no SBT realizado na segunda-feira 1º. E eis que, pela primeira vez, a presidente, que busca reeleição, emitiu palavras sobre a questão.
"Fico muito triste de ver que nós temos hoje grandes índices de violência atingindo essa população, principalmente quando se trata de homossexuais (sic), mas também em todas as outras áreas (sic). Acho que a gente tem de criminalizar a homofobia. O que eu estou dizendo é que se deve criminalizar a homofobia. A homofobia não é algo que a gente possa conviver."
O ineditismo da posição da petista ganhou manchetes nos principais sites noticiosos do Brasil. Jornalistas viram que a candidata procurou diferenciar-se de Marina e, assim, conseguir votos de eleitores progressistas.
A fala é bastante diferente da feita nas eleições em 2010, em que Dilma comprometeu-se em vetar artigo do PLC 122/06 que submetesse líderes religiosos a penalidades. O acordo foi realizado por meio do que ficou conhecido como Carta aos Evangélicos.
O programa de governo petista para 2014 registrado no Tribunal Superior Eleitoral e que grafou "opção sexual" não trata do tema diretamente. É esperado que a nova versão, a ser apresentada nesta semana, possua pontos mais específicos sobre a questão.