Por Marcio Claesen
Um lugar onde homens possam viver dentre eles um clima de lascívia e, ao mesmo tempo, amizade e confraternização. Dá para combinar essas sensações? A pergunta é respondida com um orgulhoso sim pelo sócio-proprietário do sex club Upgrade, Sidnei Comenda. E não só! Para ele, o sucesso do estabelecimento, que completa seis anos neste sábado 18, deve-se justamente a essa soma!
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A linha condutora dessa trajetória é feita por noites para sadomasoquistas, fisting, eventos especiais para negros e seus adoradores, barman nu, pissing e blind passivo, dentre outras gostosas ousadias vividas, como afirma Comenda ao Guia Gay São Paulo, por gays cada vez mais liberais sexualmente. Amém!
Que tipo de inovação mais deu certo junto ao público do Upgrade?
Desde o inicio das operações, em abril de 2009, nossa principal inovação foi a criação do espaço na mais estrita concepção da palavra clube - ou seja, qualquer pessoa pode visitar, mas aqueles que se fidelizam como membros cadastrados usufruem de tarifas reduzidas e participam de promoções especiais. Esse cliente é reconhecido e identificado pelo seu cadastro, e todos são tratados como especiais, e não apenas como "mais um número de armário". Conseguimos criar um ambiente de socialização que, muito mais que interação sexual, induz as pessoas a se relacionarem como se estivessem em uma happy hour numa roda de amigos.
Como você tem percebido o público em relação a sexo? Os homens têm ficado mais fetichistas?
As pessoas hoje estão muito mais abertas em relação a tudo que diz respeito a sexo do que estavam há 10 ou 20 anos. O sexo hedonista vem ganhando terreno e muitos de nossos clientes, inclusive, frequentam o clube com seus parceiros. Práticas fetichistas como o fisting ou o pissing também têm perdido a aura de tabu e são muito mais aceitas nos dias de hoje. Os mais jovens também frequentam o clube em peso e há claramente uma maior e cada vez mais precoce autoaceitação da homossexualidade.
Teve alguma festa que você criou nesses anos e o público não comprou a ideia?
Posso destacar uma festa chamada "Dançando com Lobos" que levamos a cabo entre fevereiro e setembro de 2014. A ideia era juntar os homens de mais de 40anos com os de menos 25, ou seja, quem já está na idade do lobo com os lolitos de até 25 anos. Sabemos que há uma fatia de pessoas nessas faixas que se atraem, mas não deu certo. Descobrimos que tentar forçar o encontro dessas duas faixas em um dia especial simplesmente não funciona. O entrosamento entre as faixas acaba ocorrendo no clube durante outras festas, de maneira mais natural.
Tem alguma festa que você tem vontade de fazer e ainda não entrou na programação?
Temos várias ideias na linha de produção, mas infelizmente pouco tempo para desenvolvê-las. Quais são estas idéias? Segredo de Estado!
Você divulgou que estava com intenção de vender o clube e ir para a Espanha. Como está isso?
Devo me mudar para a Espanha em breve, mas principalmente por questões familiares. O Upgrade Club ficará sob nova direção, porém com gestão ainda sob nosso controle. Estaremos supervisionando as operações no Brasil remotamente. Quanto aos planos para a Espanha, só podemos adiantar que serão no terceiro maior polo turistico gay espanhol, frequentado pelo público LGBT europeu em sua grande maioria, mas também por gente do mundo inteiro. Devemos fazer a divulgação de detalhes durante a festa de seis anos do Upgrade no próximo sábado 18.
A Macholokos e a Tropa de Elite são as mais requisitadas pelo público?
Todas as festas tem um público bem eclético. Obviamente aquelas focadas em determinados temas, como fisting ou leather-BDSM têm público maior com interesses específicos. E sempre temos as festas de temática global como Carnaval, Festa Junina, Halloween etc. Mas todos os dias tem de tudo e para todos os gostos. A nossa festa carro-chefe é obviamente a Macholokos, seguida pela Tropa de Elite (ambas com casting de boys interativos) e a Milk.
Mais informações, como horário e valores, da festa do dia 18 estão em nossa Agenda.
