A rede de restaurantes italianos La Pasta Gialla está sendo processada após conduta homofóbica de funcionários da unidade do Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo, com um casal de lésbicas.
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Maria Cecília Leite e Laura Audi, ambas de 20 anos, estavam de mãos dadas e trocavam selinhos (como qualquer casal costuma fazer) quando foram repreendidas por um garçom do local, que alegou que as pessoas ali poderiam se ofender. "No início, nós nem entendemos sobre o que ele estava falando. Perguntamos se algum cliente havia reclamado e o garçom respondeu que não, mas que 'se ouviam comentários sobre um casal homossexual'", disse Maria Cecília ao jornal O Estado de S.Paulo.
As duas procuraram pela gerente, mas foram avisadas que ela já havia ido embora. Maria Cecília e Laura se retiraram, mas resolveram retornar para anotar o nome do garçom e acabaram encontrando a gerente. Segundo elas, a gerente mostrou-se indiferente à discriminação e disse que "cada um tem a sua opinião" e que "as pessoas se incomodam com a presença de homossexuais". Se elas quisessem reclamar que escrevessem a Sérgio Arno, dono da rede de restaurantes, indicou a funcionária.
Já em casa, abaladas, as moças receberam apoio da mãe de Maria Cecília, Rita de Oliveira. "O que mais me chamou atenção foi a tristeza e a revolta", contou Rita à reportagem. As jovens fizeram denúncia de conduta homofóbica na Secretaria de Justiça, uma queixa-crime contra o garçom e a gerente por injúria e pediram instauração de inquérito policial. "Esse também é um tipo de violência - não é físico, mas é moral", disse o advogado criminal do casal, Marcelo Feller.
O La Pasta Gialla respondeu, em nota, à reportagem que sempre teve política pautada pelo "profissionalismo, ética e respeito às diversidades" e que é em seus estabelecimentos é vetado "qualquer tipo de discriminação contra cor, raça e orientação sexual". A direção do restaurante afirma não ter recebido ainda notificação judicial e que está apurando o caso com rigor.