As eleições 2014 já entraram para a história política e de direitos humanos do Brasil. Em primeiro lugar, por os direitos arco-íris terem figurado como um dos temas mais discutidos dentre os presidenciáveis. Todos foram instados a se posicionar.
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E também contribui para esse status a iniciativa nacional #VoteLGBT (www.votelgbt.org). Um coletivo reuniu em um site, de forma moderna e colaborativa, candidaturas compromissadas com a cidadania LGBT. A desculpa de não ter em quem votar acabou e deu lugar a maior facilidade para dar força a candidatos que defendem os direitos humanos do segmento.
Até 28 de setembro, foram levantadas 202 candidaturas em todo o Brasil. Para incluir candidaturas na lista, a campanha adota três critérios: material de campanha, atuação parlamentar e o que é chamado de comprometimento de vida com a causa LGBT.
A iniciativa, suprapartidária, nasceu dentre amigos e ganhou grande repercussão, revelou um dos responsáveis pelo #VoteLGBT, João Felipe Oliveira.
Como surgiu a ideia?
Surgiu de um grupo de amigos que fazem parte de uma revista independente sobre gênero e sexualidade, a Geni. Os coordenadores atualmente moram em diversas cidades do Brasil e até em Buenos Aires. Assim que a campanha foi lançada, passamos a receber indicações de diversas candidaturas interessadas em chegar até o público LGBT.
Qual foi a motivação?
A campanha partiu do pressuposto de que as poucas pessoas que se propõem a lutar pelos direitos civis dos LGBT não tem muito espaço na maioria dos partidos. Então nossa intenção é não só dar visibilidade aos candidatos que apoiam nossa causa, mas também fazer com que todos na comunidade LGBT saibam quais candidatos estão preocupados especificamente conosco.
Como tem sido a resposta?
Muito positiva! A primeira indicação de candidatura que recebemos para Tocantins, por exemplo, foi enviado por uma garota de 14 anos! Um dos nossos coordenadores, o Marcos Visnadi, ficou super emocionado com o fato. Imaginar que sempre vai ter uma garota de 14 anos sofrendo apenas por ser quem ela nos dá energia para continuar a campanha. Também é comum pessoas agradecerem por saberem que tem alternativas agora. Ficamos contentes, essa era a intenção. E é muito bom termos colaborações, como as de Laerte e Karina Buhr, que ajudaram a construir um vídeo (ver acima).
O que imaginam fazer depois das eleições?
Estamos completamente focados nessas eleições. Por isso apostamos todas as nossas fichas. A campanha foi feita para essas eleições de 05/10, e após ela vamos nos reunir para decidir o que fazer. Mas não nos damos ao luxo de parar pra conversar sobre isso por enquanto. Tem muito trabalho pra fazer!
Para escolher sua candidatura, esquecer a idéia de anular o voto ou votar em branco e eleger quem defende LGBT acesse www.votelgbt.org