O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), contou que foi alvo de uma tentativa de chantagem antes de se assumir gay, em 2021.
Doze anos atrás, quando decidiu entrar na corrida eleitoral pela prefeitura de Pelotas (RS), Leite foi avisado que pessoas teriam fotos comprometedoras dele.
"Aos 27 anos, quando decidi me candidatar à prefeitura, um assessor de meu gabinete avisou que os adversários diziam ter uma foto minha com um homem. Respondi que, mesmo que fosse verdade, não iria ceder à chantagem", revelou o governador à Veja.
"A tal fotografia nunca apareceu, mas, nos debates, recebia mensagens anônimas, ameaçando: 'Vou divulgá-la'. É curioso que as agressões vêm de onde você menos espera e se fiam em argumentações inacreditáveis."
"Já ouvi até que eu não seria gay de verdade e que me apresentava assim apenas para ganhar destaque na imprensa", continuou Leite.
O gaúcho disse que demorou para se assumir porque precisava se sentir seguro por já conhecerem seu trabalho.
"Na época de prefeito, tive um namorado, com quem fiquei por sete anos, e saía da cidade para encontrá-lo. O preconceito pesa, mas não me impediu de ser reeleito governador do Rio Grande do Sul, estado tido como conservador."
Questionado se ele não teme que sua sexualidade prejudique as aspirações para chegar à Presidência da República, o governador afirmou que o único caminho possível é mostrar as conexões que têm com o eleitorado.
"Qual a opção? Não dá para deixar de ser gay e não vou cortar uma parte de mim para atingir qualquer objetivo", explicou.
"A única alternativa possível é estabelecer uma conexão com as pessoas pelos valores que ellas defendem e com os quais eu compartilho — o respeito à família entre eles. Mas, claro, sei que minha posição pode ser um obstáculo a uma aspiração futura."
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