Dono da maior sauna gay do Brasil e uma das maiores do mundo, o empresário mineiro Douglas Drumond foi às redes sociais para dizer que não votou no presidente Jair Bolsonaro (PL) e que até hoje recebe ataques pelo o que ele chama de uma "não verdade".
"Decidi vir aqui esclarecer algo que ficou no ar e, desde então, tem causado inúmeras reações de repulsa e ofensas a mim, sem ao menos ter podido me defender", escreveu o proprietário da 269 Chilli Pepper, misto de sauna e hotel que fica no Largo do Arouche, região central de São Paulo.
O empresário prosseguiu dizendo que votaria em Ciro Gomes (PDT), mas que, como as pesquisas não o apontavam como vencedor, "em um momento de fúria e no impulso, escrevi em minha conta do Twitter a seguinte frase: 'Se vocês me colocarem nessa cilada de Lula e Bolsonaro, #elesim'. Logo depois, percebi o meu erro e deletei esse tweet".
Ele diz que achava ambos "uma verdadeira cilada" e que estava certo: "Olha o que estamos vivendo agora com esse desrespeitoso dirigente do país".
"Eu não votei nele e não apoiei sua campanha", argumenta.
Douglas diz que a imprensa publicou sua mensagem, mesmo deletada, e acredita que deveria ter sido contatato para que pudessem ouvi-lo. "A não verdade passou a fazer parte de um julgamento coletivo e por vezes agressivos a mim."
E explica: "Optei à epoca por não me manifestar, mas venho agora, através da mesma rede, dar satisfações aos meus hóspedes que certamente se incomodaram com o fato ocorrido."
Nota-se que, no jornalismo, uma declaração na rede social é tida como ela é: expressão pessoal do seu proprietário, enfim, o seu lado na questão.
Entenda o caso
Em setembro de 2018, o Guia Gay São Paulo publicou em primeira mão a postagem de Douglas Drumond que repercutiu dentre a comunidade LGBT.
À época da campanha, a hashtag #elenão indicava repulsa e voto contrário ao então candidato Jair Bolsonaro, seja por anônimos ou famosos, nas redes sociais.
Portanto, postar #elesim passou a significar o oposto. Era a combinação de palavras usadas pelos apoiadores de Bolsonaro.
Além da postagem citada por Douglas agora (que na verdade falava em Fernando Haddad e não Lula), Douglas respondeu a um seguidor que votaria em Ciro ou Bolsonaro.
Quando o seguidor afirmou que Bolsonaro era o cara homofóbico que prega ódio ao público que frequenta a Chilli Pepper (ou seja, gays), o empresário respondeu: "Ele não é eleger o PT novamente que vai fechar várias empresas, inclusive a minha, então meu amor, existe ainda uma só saída, Ciro 12 ou EleSim".
É fato que o empresário é chamado, até hoje, por uma grande parte de LGBT de "bolsonarista" por causa do episódio.