Secretaria de Esporte de SP usa bandeira excludente e não conserta erro

Símbolo criticado por ativistas integra arte de evento feito pela gestão municipal

Publicado em 05/11/2021
bandeira do progresso exclusão
Versão é rechaçada por, inclusive, apagar lésbicas e bissexuais, que lutam por visibilidade

A intenção era incluir, mas a Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo foi no caminho contrário na arte do evento chamado Jogos LGBTQIAP+, que será realizado no fim de novembro. 

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O órgão deixou de usar a bandeira do orgulho para ostentar versão que é criticada pelo ativismo LGBT por ser excludente e apagar a história do movimento. 

A arte na logo da atividade mostra as seis faixas da bandeira arco-íris com triângulos nas cores da bandeira trans e com faixas marrom e preta. 

Lésbicas e bissexuais criticam mais diretamente tal versão da bandeira por verem exclusão de seus segmentos. Ambos comemoram datas nacionais e internacionais em busca de visibilidade.

Abandonar a bandeira do arco-íris e não dar espaço para essas identidades é grande erro, argumentam. O correto, defendem, é manter a bandeira arco-íris para todas identidades e cada uma delas ter a sua própria flâmula. 

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O senão mais geral à bandeira usada pela Secretaria de Esportes diz respeito a mudar para a pior um do símbolos mais conhecidos no mundo e que existe há mais de 40 anos. 

A bandeira do orgulho, com seis faixas horizontais, foi criada no fim dos anos 1970 pelo artista plástico Gilbert Baker, nos EUA. 

As novas versões são iniciativas recentes. Há pelo menos quatro feitas nos últimos cinco anos, duas em 2021. 

Em conversa com nossa reportagem, o assessor técnico do órgão municipal e coordenador do jogos, Mário Maeda Jr., admitiu que a equipe do governo não tem experiência em lidar com a questão LGBT. 

"Somos marinheiros de primeira viagem. Logo, ficamos sujeitos a erros."

Apesar da mea culpa, o gestor afirmou que a arte não mudará para esse edição.

"Infelizmente não é possível! Não somos empresa. Os processos aqui possuem menos possibilidade de cancelamento e nova feitura. O que estamos fazendo é anotar todas as falas para que nos próximos jogos possamos não ter esse ruído. Defendemos a inclusão."

O evento vai ser realizado de 26 a 28 de novembro no Centro Esportivo Mané Garrincha e no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em Moema, na zona sul de São Paulo.

Vão participar 43 equipes em futebol de campo e de quadra e vôlei. Pessoas cis e trans não competirão entre si a pedido das pessoas participantes. 

jogos lgbtqiap são paulo
Arte mostra bandeira excludente. "Estamos sujeitos a erros", admitiu coordenador do evento

 

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