A análise das propostas de governo dos dois pleiteantes à Prefeitura de São Paulo no segundo turno, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol), mostra grande diferença entre as duas candidaturas quando o tópico são proposições sobre diversidade de orientação sexual e identidade de gênero. 

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Enquanto não há nenhuma citação de LGBT no programa do tucano, há 39 menções diretas ao segmento no conjunto de promessas do psolista, de acordo com pesquisa feita pelo Guia Gay São Paulo em programas dos dois candidatos divulgados na plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Covas não cita o termo LGBT em nenhuma vez em seu conjunto de proposições de 45 páginas registrado no site do TSE. 

O tópico "SP para todos" contém uma das três vezes em que é citada a palavra "diversidade" e a única vez em que se aproxima da comunidade LGBT.

Nota-se, no entanto, que outros grupos identitários, tais como mulheres e pessoas com deficiência são citados nominalmente, mas LGBT não. E questões tal como racismo também estão presentes, porém não é citada homofobia ou discriminação contra LGBT.

Diz o texto: "Com ações de inclusão social, de defesa dos direitos humanos, das minorias, das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, a acolhida aos imigrantes, o respeito à diversidade e à igualdade de gênero, o combate ao racismo e a todas as formas de preconceitos e discriminação, os direitos e as pautas das mulheres, com ações firmes de enfrentamento à violência doméstica, o cuidado especial com nossos idosos e as políticas públicas desenhadas para a população de rua. Em São Paulo, todas as vidas importam."

Por outro lado, o programa do candidato Guilherme Boulos (Psol) cita 39 vezes o termo LGBT e 13 vezes a palavra "diversidade" em suas 60 páginas. Há, dentre os 24 eixos de sua proposta, um específico para a comunidade chamado "LGBTI".

Neste eixo, o psolista sugere propostas para LGBT em seis áreas: saúde, moradia, educação, trabalho, cidadania e segurança.

Em saúde, Boulos sugere a "criação de ambulatórios LGBTI+" e "implementar políticas sanitárias específicas para pessoas LGBTI+, considerando exames e prevenção de ISTs".

Em moradia, quer-se "criar abrigos para a população LGBTI+ com atendimento de saúde e encaminhamento para empregos" e retomar a relação entre a Prefeitura e a Casa de Apoio Brenda Lee, que acolhe a população LGBTI+ soropositiva.

Das propostas em educação, destacam-se a de criar cursinhos populares para pessoas LGBTI+ e a de fazer campanhas de prevenção, incluindo ISTs e suicídio.

Incluir programa de contratação de pessoas trans e travestis que tenham sido contempladas no Transcidadania e criar programa para garantir emprego à população LGBTI+, com cota para trans e travestis, são propostas na área de trabalho.

Em cidadania, Boulos elenca cinco propostas, como a de fortalecer o Conselho Municipal de Políticas Públicas e criar serviço específico para retificação de documentos de pessoas trans nas agências do Descomplica.

Por fim, em segurança, o candidato propõe atendimento especializado para a população LGBTI+ vítima de discriminação em postos de atendimento da guarda municipal.