Prefeito Ricardo Nunes atende evangélicos e vetará lei pró-LGBT

Bancada religiosa da Câmara Municipal apresentou abaixo-assinado contra orientação sexual e identidade de gênero em norma

Publicado em 12/07/2021
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Compromisso de prefeito com evangélicos foi gravado e divulgado por vereador

O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) reuniu-se com a chamada "bancada cristã" da Câmara Municipal e prometeu vetar projeto acusado erroneamente de promoção da "ideologia de gênero".

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O vereador Rinaldi Digilio (PSL) publicou vídeo, em suas redes sociais, do encontro da bancada com Nunes, realizado na quarta-feira 7.

O alvo dos parlamentares conservadores é a Lei Paul Singer, de autoria do vereador Eduardo Suplicy (PT), aprovada na Câmara, que versa sobre economia solidária.

Um dos trechos que provocou celeuma foi o que preza pela "garantia de direitos e promoção dos direitos humanos nas relações, notadamente com equidade de direitos de gênero, geração, raça, etnia, orientação sexual e identidade de gênero".

O outro trecho prevê que "os estabelecimentos de ensino da Rede Municipal de Educação deverão abordar, de forma interdisciplinar, o conteúdo e os princípios da Economia Solidária".

Quaisquer menções de respeito a pessoas pela sua orientação sexual ou identidade de gênero, ou seja, a gays, lésbicas, bissexuais e transexuais, costuma ser tratada como promoção de "ideologia de gênero" por políticos conservadores e seus eleitores.

Na reunião, foi entregue abaixo-assinado pedindo que Nunes vete a lei.

Em carta aberta dirigida ao prefeito, Suplicy explicou que nada na nova legislação pressupõe ensinamento de diversidade sexual nas escolas e que aquele trecho polêmico do texto trata apenas de garantir que ninguém seja discriminado.

"Ressalto que o artigo fala do respeito aos direitos humanos nas relações das pessoas cooperadas e não no objeto da política. Esse princípio pretende evitar que haja situações de violência ou discriminação dentro das cooperativas. Ignorar o contexto e o real significado desse dispositivo para promover uma suposta oposição à ideologia de gênero nas escolas é atitude falaciosa e desonesta", escreveu o petista.

E continua: "As informações sobre os dois artigos supostamente polêmicos são mobilizadas de forma parcial, descontextualizada do texto integral do projeto e dos objetivos da política instituída. E com isso, rivalizando com um político progressista, alguns parlamentares conseguem alimentar politicamente sua base de apoio, mobilizada a partir da suposta ideologia de gênero. Os políticos que defendem o combate à ideologia de gênero estão aproveitando para crescer politicamente em cima desse factoide."


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