A primeira sessão de Thammy Miranda (PL) e Erika Hilton (Psol) como parlamentares, na terça 2, não foi marcada apenas por suas estreias. Pioneiras como pessoas trans na Câmara Municipal de São Paulo, tiveram de ouvir discurso transfóbico vindo da tribuna.
Sonaira Fernandes (Republicanos), ex-funcionária do gabinete do atual deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), usou sua fala para atacar quem, na opinião dela, deseja mudar conceitos de masculinidade e feminilidade.
"A cada dia que passa, a agenda globalista quer desmoralizar a figura do homem. Essa agenda pretende feminilizar o homem e masculinizar as mulheres."
De acordo com a Folha de S. Paulo, Erika tentou falar na sequência, mas a presidente da sessão, a vereadora Rute Costa (PSDB), pediu para que a psolista se pronunciasse no dia seguinte.
À publicação, a vereadora trans qualificou o discurso como preconceituoso.
"Achei que foi um ataque a nós, sim, pois éramos os corpos trans que estavam lá, mas mais que isso, a toda a comunidade LGBT. Achei a vereadora desequilibrada emocionalmente, não estava preparada, reproduziu a lógica bolsonarista."
No dia seguinte, a parlamentar se posicionou oficialmente. "Não é papel de um vereador usar a fé para pregar ódio e a intolerância", escreveu no Twitter ao divulgar seu primeiro discurso.
Confira minha primeira fala na Câmara Municipal de São Paulo!
— ERIKA HILTON ????? (@ErikakHilton) February 3, 2021
Não é papel de um vereador usar a fé para pregar ódio e a intolerância! pic.twitter.com/YfhiM0zqFs