O assunto nas redes sociais nas últimas 24 horas não foi outro: Felipe Neto. Da expectativa à reverberação da entrevista do youtuber ao Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira 18, muito se falou a respeito.
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Política, cidadania e imprensa foram alguns dos principais tópicos da conversa. A temática LGBT esteve presente também.
Felipe lembrou do episódio no qual o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), mandou recolher livro que continha beijo gay e que estava exposto na Bienal do Livro do Rio em 2019.
"Quando se aproxima da eleição, ele decidiu fazer aquela palhaçada. Foi um episódio trágico. Na verdade, ele fez com um objetivo só (...) Ele fez aquilo para ganhar apelo popular. Por quê? Porque infelizmente a gente vive num país onde caçar gay dá voto. Isso é terrível e verdadeiro. Ele decidiu fazer aquilo para aumentar sua popularidade. Pra chegar nas eleições em voga, comentado", disse o influenciador.
Felipe deu detalhes de como comprou 14 mil livros LGBT no evento para distribuir em ato a favor da diversidade.
"Eu vi que era necessário interromper aquela ação. De alguma maneira. A única coisa que eu conseguia pensar naquele momento era: 'A gente 'tá' diante de uma censura histórica, que, se nada for feito, isso vai entrar nos livros de histórica como o povo permitiu que ele fizesse isso'. E muitas das vezes cabe àqueles que têm poder aquisitivo fazer alguma coisa com o bendito do seu dinheiro ao invés (sic) de comprar um carro novo."
"Aquilo não foi uma ação do Felipe Neto", continuou. "Aquilo foi uma ação coletiva. Alessandra Ruiz que estava lá comigo, que é uma grande amiga, ajudou a tornar aquilo tudo possível. As pessoas que estavam lá no dia... Todas as pessoas que trabalharam foram as grandes responsáveis. A única coisa que eu fiz foi assinar o cheque e ter a ideia."
Na entrevista, houve também espaço para registro de mudanças pessoais. Felipe admitiu que já foi homofóbico quando mais jovem e que hoje aprendeu a se colocar no lugar do outro.
"Quando comecei a gravar vídeos no Youtube, eu tinha 22 anos. Naquela época eu vinha de um local, de uma cultura reacionária. Eu cresci muito ligado à igreja. Embora eu não esteja culpando a igreja por todo o reacionarismo do mundo. Mas dentro de um espaço onde eu lidei com esses valores, onde gays não eram tão bem recebidos ali, naquele local."
Veja a fala de Felipe sobre o caso da Bienal a partir de 1h01 no video. Já sobre o passado homofóbico, a fala começa em 28':