Exonerada na quinta-feira 9 pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), a ex-secretária de Direitos Humanos de São Paulo, Eloísa Arruda, acusa o coordenador de Políticas LGBT Ivan Batista de corrupção.
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Segundo a Veja, o Ministério Público de São Paulo (MP) abriu inquérito para investigar suposto ato de improbidade praticado pelo coordenador durante a 22ª Parada do Orgulho LGBT, realizada em junho passado.
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Eloísa acusa Batista de ter feito uso próprio de três trios elétricos da parada que a Prefeitura disponibiliza no evento. A ex-secretária abriu investigação interna e enviou os documentos ao MP e à Controladoria Geral do Município.
De acordo com a denúncia, o coordenador vendeu patrocínio de 5 mil reais para três empresas, dentre as quais uma de óculos, além de oferecer, sem licitação, como prevê a lei, "cotas" de até 20 mil reais para as firmas que quisessem utilizar, por meio de "pulseiras vip" e camisetas promocionais, os três veículos municipais.
Em depoimento prestado ao promotor de Justiça Wilson Tafner, da Promotoria do Patrimônio Publico e Social, na segunda-feira 13, Eloisa Arruda afirma que a entrada nos trios elétricos deveria ser gratuita. "O acesso deveria ser sem qualquer custo para a população e as pulseiras deveriam ser entregues às pessoas vinculadas aos programas e equipamentos de atendimento à população LGBT", afirmou.
A ex-secretária também alega que houve "apresentações de artistas contratados" e que não existia autorização para isso.
Por causa da investigação, Batista foi afastado do cargo. Sua exoneração foi pedida e um novo coordenador, Marcos Freitas, foi chamado.
No entanto, nem a exoneração de Batista ou a nomeação de Freitas foram publicadas no Diário Oficial. Na prática, como já reportamos antes, Batista está na folha de pagamento, mas não trabalha, e Freitas atua como coordenador extraoficialmente, sem receber.
Ainda segundo a Veja, Eloísa foi demitida após o telefonema de um assessor do prefeito.
Procurado pela reportagem, Batista negou as acusações e disse que se defenderá no MP. "Isso não é verdade e todo mundo sabe que a briga dela (Eloisa Arruda) é com o prefeito", afirmou.
Dezenas de entidades e grupos LGBT publicaram manifesto no início do mês pedindo a efetivação de Freitas no cargo de coordenador e declarando-se contrários à permanência de Batista no comando da pasta.