Candidata a vice-prefeita de São Paulo pelo Psol (na chapa com Guilherme Boulos), a deputada federal Luiza Erundina falou sobre ataques e preconceitos pelos quais já passou na vida, inclusive aqueles sobre sexualidade.
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"Muitas vezes falaram isso [sobre ser lésbica]. Se eu fosse, é evidente que é algo pessoal. Naqueles tempos, era um tema mais rejeitado do que hoje. Mas os ataques que sofri a vida inteira não me atingiram. A vida toda me desafiou", disse Erundina, de 85 anos, ao UOL.
A reportagem recordou episódio em que a sexualidade da então candidata à prefeita da capital paulista foi abordada.
O deputado Erasmo Dias, então líder do PPB na Assembleia Legislativa do Estao de São Paulo, distribuiu panfleto sob o título "A canção de Erundina" em que se lia que a então petista era "sapatão".
Paraibana de Uiraúna, Erundina conta que só faltava ser negra para completar a cartela de preconceitos pelos quais já passou.
A deputada chegou a São Paulo em 1971, ajudou a fundar o PT, e se elegeu vereadora em 1982. Em 1988, desbancou nomes como Paulo Maluf e José Serra e foi eleita prefeita de São Paulo.
Por muito tempo, sua assessoria de imprensa vetava perguntas a respeito de orientação sexual.
À reportagem, Erundina conta que não se casar foi uma decisão que mudou seu destino.
"O modelo das mulheres da minha geração era casar cedo e, assim, reproduziam condições de pobreza, dominação e exploração. Escolhi não me casar e ter aquela filharada. E não me arrependo. Isso me dá muita consciência do meu papel como mulher e da minha relação com as mulheres. Decidi que a política seria a coisa mais importante da minha vida. E é mesmo", disse.