Dois assassinatos em apenas uma semana assustam a comunidade LGBT do Chile. O consolo é que foram identificados suspeitos pelos crimes.
O corpo da trans Ignacia Palma foi encontrado carbonizado, enquanto o chef Jaime Vergara foi morto a facadas após encontro marcado no aplicativo Grindr. Nas costas dele estava escrita a palavra "maraco", que é insulto de teor homofóbico no país.
Os episódios aconteceram em cidades diferentes e ocorreram na primeira semana de agosto. A força policial foi célere na resolução dos casos.
Na segunda 8, o Tribunal de Garantia de Quillota decretou prisão preventiva para jovem de 18 anos que se entregou à polícia e confessou ser o autor do assassinato de Jaime Vergara.
No dia seguinte, o Ministério Público confirmou a prisão do suposto responsável pelo incêndio que causou a morte da trans Ignacia Palma, que era moradora de rua. Ele é imigrante em situação irregular no país.
O suspeito ficará em prisão preventiva enquanto decorrerem os 100 dias do prazo decretado para a investigação. Autoridades disseram que o ataque ocorreu após briga relacionada ao uso de drogas.
Os casos levantaram debate sobre o preconceito. Quase 90% dos homens e mulheres chilenos que fazem parte da comunidade LGBT já foram vítimas de discriminação em algum momento, segundo estudo feito pela Subsecretaria de Prevenção ao Crime.
O documento reconhece que a saúde mental da comunidade é uma dívida do país com agravo no caso de adolescentes.