Bandeiras arco-íris não têm prazo para retornar ao Arouche

Enquanto flâmulas não retornam, há articulação para que maior point gay da cidade vire reduto francês

Publicado em 17/04/2017
Bandeiras arco-íris foram retiradas do Arouche e não têm previsão de voltar
Bandeiras foram retiradas há seis meses do coração gay da cidade. Foto: Marcio Claesen

Por Marcio Claesen

Uma das iniciativas mais simples e menos custosas e, ao mesmo tempo, mais simbólicas que a Prefeitura de São Paulo já tomou em relação à comunidade LGBT infelizmente não progrediu.

Curta o Guia Gay São Paulo no Facebook 

Em junho passado, para comemorar o Dia Mundial do Orgulho LGBT, celebrado no dia 28 daquele mês, a Coordenadoria de Políticas para LGBT da Prefeitura instalou diversas bandeiras arco-íris ao longo da Avenida Doutor Vieira de Carvalho e no Largo do Arouche, na República, região central da cidade e que mais concentra endereços LGBT não só em São Paulo como no Brasil todo.

O Guia Gay São Paulo foi o primeiro a noticiar, mas também foi o primeiro a divulgar, três meses depois, que as flâmulas foram retiradas das vias. À época, o órgão informou que as bandeiras instaladas não eram resistentes às intempéries e que, por ter decidido que elas ficariam de forma permanente no local, elas voltariam em material resistente, e em maior número (de sete passariam a 25).

Nos últimos dias da gestão Fernando Haddad (PT), o então coordenador Alessandro Melchior informou ao Guia Gay São Paulo que a instalação dependia da Subprefeitura da Sé. 

No início de 2017, nossa reportagem entrou em contato com a Prefeitura Regional da Sé (novo nome da administração), que nada sabia sobre a questão (e também não se mobilizou para saber). Após dois meses de questionamentos de nossa reportagem, a coordenação LGBT informou que o assunto está parado no Gabinete do Prefeito e sem nenhuma previsão para que seja resolvido.

A demora na resposta se soma à vontade de o prefeito João Doria (PSDB) de transformar o Largo do Arouche em um boulevard francês. Um dos argumentos é a existência de um restaurante de cozinha francesa na área que possui 35 estabelecimentos LGBT. Quem tem maior representatividade no local afinal?

Nossa opinião: o Guia Gay São Paulo não é contra melhorias na região. Avanços em infraestrutura e atividades sociais devem ser feitos, mas com respeito ao público principal do local. Ao que parece, o prefeito João Doria (PSDB) não tem consciência sobre a importância deste espaço à nossa comunidade.


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.