Empossado neste domingo 1º, o novo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), quer transformar a área mais gay de São Paulo em uma região "afrancesada".
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"Vamos transformar o lugar em uma promenade paulistana", disse o tucano à Agência Estado. O novo gestor já fez duas reuniões com o cônsul-geral da França em São Paulo, Brieuc Pont, para intermediar patrocínios com empresas francesas estabelecidas na cidade que queiram revitalizar a área.
De francesa mesmo, a região teve a inspiração para o Mercado das Flores, e possui um restaurante dessa culinária - o La Casserole - ambos ali desde o início dos anos 1950.
A tradição que se formou no Arouche - e que talvez Doria não saiba - é de ter se tornado um tradicional point LGBT. Nenhum logradouro (rua, avenida, praça ou largo) no Brasil possui tantos endereços voltados ao público arco-íris como o Arouche: são 14, dentre bares, lojas, boates, sauna, sex club, cinema e até um hotel gay.
Mais do que isso: ao redor da região se concentram outros 30 locais voltados à comunidade, o que transforma o bairro da República como o mais LGBT de São Paulo e do Brasil. A reportagem, entretanto, não mostra se haverá diálogo com o segmento.
Segundo a reportagem, o "marco" dessa transformação do Arouche em área francesa pode ocorrer durante a próxima Virada Cultural quando o largo deve receber quiosques de comida francesa e apresentações musicais que evoquem essa cultura.
A "promenade" citada pelo prefeito faz referência à Promenade Chandon, evento que ocorreu em alguns anos na cidade entre as décadas de 1990 e 2000. Alguns quarteirões da Rua Oscar Freire, nos Jardins, eram fechados e cobertos por tapete vermelho, e frequentadores recebidos com taças de espumante nas entradas das lojas.