Após mais de seis meses preso por causa de sua homossexualidade, Manuel Guerrero Aviña será deportado do Catar.
Aviña, de 44 anos e que tem dupla nacionalidade (britânica e mexicana), foi detido em 4 de fevereiro depois da polícia local armar uma emboscada no Grindr.
Os oficiais o atraíram com um perfil falso para um encontro e no local o prenderam.
No final daquele mês, foi destaque na imprensa internacional que Aviña, que é soropositivo para HIV, estava sem acesso aos medicamentos antirretrovirais.
Segundo o site Máxima, a família do homem relatou que durante quase dois meses ele foi submetido a interrogatórios noturnos e pressões para que falasse sobre outras pessoas da comunidade LGBT que ele conhece (para que estas também fossem presas).
Aviña não teve acesso a advogados ou tradutor por 38 dias e mesmo após um defensor ser nomeado, este não pôde ver arquivos do caso nos dois meses seguintes.
Após cumprir pena de seis meses de detenção e de pagar fiança de 10 mil riais catarianos (cerca de R$ 15 mil), Aviña finalmente será deportado.
"Apesar das evidências claras de violações do devido processo e abusos dos direitos humanos, as autoridades do Catar não me fizeram justiça. Continuo a declarar minha inocência e a sustentar que fui acusado e condenado injustamente", afirmou.
Ele morava em Doha há sete anos desde que foi para lá trabalhar em uma companhia aérea.
A homossexualidade é ilegal no Catar, país de maioria muçulmana. A pena pode chegar a sete anos de prisão, além de pagamento de multa, tortura física e deportação para estrangeiros.