A Física dá que para existir o arco-íris são necessárias luz solar e gotículas d'água. O orgulho LGBT afirma que só basta vontade. E foi a lei máxima do "vale" a que mandou na Avenida Paulista no domingo 3 de junho durante a 22ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.
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A previsão era de chuva. Devotos de Maju davam como certo pé d'água capaz de desanimar a mais guerreira das drag queens e suas plumas. Nada disso! Entretanto, o clima deu uma aprontadinha: frio muitas vezes chato, mas totalmente contornável.
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No ceú, o cinza; no chão e nos trios elétricos, uma das marchas da cidade mais coloridas dos últimos anos.
Muitas bandeiras arco-íris, muitos adesivos, muitas tatuagens temporárias, milhares de coroas do patrocinador Burger King, e os carros vieram como sempre deveriam vir. Viva os balões nas seis cores mundiais do orgulho LGBT!
Sabe a característica de muitos descamisados nas paradas? Ficou na memória. Quem saiu do armário mesmo foram o moleton e as jaquetas. E ainda muitas pessoas se encolhiam (ou se aqueciam ainda mais no/a crush).
Por volta do meio-dia, em frente ao Masp, a mestre de cerimônias, a drag queen Tchaka, deu as boas-vindas ao público no primeiro trio elétrico dos 18. E viriam muitas falas.
A primeira foi da ex-companheira da ex-vereadora Marielle Franco (Psol), asssassinada em março no Rio de Janeiro. O público respondia com gritos de "Marielle presente!".
Dentre as frases de Monica Benício, uma marcou: "A parada é um ato de resistência. Vamos sim para a rua fazer festa, mas também para fazer revolução!".
Em seguida, ocupantes de cargos eletivos local e nacional discursaram de forma breve. Dentre os partidos, estiveram PV, Psol, PCdoB, PPS e PT.
A única presidenciável no trio elétrico foi Manuela D'Ávila (PCdoB).
Coube a ativistas falar mais precisamente do tema da marcha, o voto consciente de LGBT nas eleições gerais de 2018.
O apelo foi para que o segmento preste atenção em quem votar e tenha noção do quanto é importante escolher políticos defensores da cidadania arco-íris.
Todos os trios elétricos e muitos postes trouxeram a arte oficial do evento: uma urna eletrônica com bandeiras do movimento LGBT no lugar dos números nas teclas.
O prefeito paulistano, Bruno Covas, sob vaias e aplausos, afirmou que durante a gestão dele nenhum preconceito será tolerado.
Do público, parece que o tempo não passou. O grito mais forte foi "Fora Temer", lá de 2016. A hashtag que parece que bombaria, Lula Livre, mal existiu.