É quase incompreensível que em 2020 seja necessário explicar que uma vacina não torna ninguém gay, mas é o que precisou fazer a Folha de S.Paulo.
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O Comprova, projeto de verificação de notícias do jornal, analisou a desinformação que circula pelas redes sociais e seria de autoria do engenheiro Marcelo Frazão de Almeida, que se autodenomina Dr. Marcelo Frazão.
No áudio, o homem afirma que a Coronavac (vacina produzida pela chinesa Sinovac Biotech com o Instituto Butantan), pode alterar o código genético das pessoas e tornar as crianças homossexuais.
"Vocês vão causar síndromes perigosas que vão destruir seus filhos e netos, inclusive no sentido de fertilidade e homossexualismo (sic)", diz.
Professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e membro da Sociedade Brasileira de Imunologia, Cristina Bonorino desmentiu a fala.
"Para alterar o código genético, você precisa de algo que se insira no seu DNA, e a gente sabe que as vacinas não fazer isso", explicou a professora.
Sobre o argumento de que com a vacina "menino vai deixar de ser menino e virar menina", a especialista diz: "Bom, hoje em dia o pessoal fala que a Terra é plana, né? Mesmo com evidências de que não é. Então, isso fica muito difícil e rebater... É uma afirmação completamente mentirosa."
A vacina está na terceira fase de testes. Se aprovada, pode começar a ser distribuída em São Paulo e outros Estados entre dezembro e janeiro. Por ter apoio do governador paulista João Doria (PSDB), a vacina é alvo de críticas e fake news de apoiadores de Jair Bolsonaro, desafeto e inimigo político do presidente da República.