Os casos de hepatite A aumentaram 960% em apenas um ano em São Paulo. Gays e homens bissexuais formam o principal grupo no qual a doença se alastra.
Curta o Guia Gay São Paulo no Facebook
Entre janeiro e outubro de 2016 a capital paulista registrou 57 casos e nenhuma morte. Neste mesmo período em 2017 foram 604 casos com duas mortes.
Ambos os homens que morreram pela doença tinham menos de 39 anos. A maioria dos infectados - 80% - é formada por homens de 18 a 39 anos. O principal meio de contágio tem sido o sexo desprotegido (45%).
"O que chama atenção, dos casos notificados, é que essa epidemia está sendo mais frequente na população homens que fazem sexo com homens por transmissão sexual", disse a infectologista Umbeliana Barbosa, do Hospital Emilio Ribas, à TV Globo.
Como se pega hepatite A? O vírus A (HAV) é transmitido apenas por meio fecal-oral. Ele não pode ser contraído por meio de sangue, saliva ou sêmen - como penetração anal desprotegida. Essa transmissão sexual entre gays da qual os médicos falam está se dá por meio do famoso "cunete" - a prática de lamber o ânus do parceiro.
Outras formas de contrair o vírus são esquecer de lavar as mãos após ir ao banheiro ou trocar fraldas ou antes de comer, não lavar pratos e talheres adequadamente e banhar-se em riachos com esgoto a céu aberto, por exemplo. Ou seja, é uma doença transmitida por falta de saneamento básico ou de higiene.
Os sintomas da hepatite A demoram de 15 a 50 dias a aparecer, o que quer dizer que a pessoa pode transmitir o vírus sem saber que está infectada. Muitas vezes, os sintomas sequer aparecem. Quando surgem, os mais comuns são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
O diagnóstico da doença é realizado por meio de exame de sangue e ela é curável e de caráter benigno. Em menos de 1% dos casos, no entanto, pode causar insuficiência hepática aguda grave e ser fulminante.
Existe vacina?Sim, de graça ela está disponível no SUS apenas para crianças com até 5 anos, pessoas que têm o vírus HIV ou qualquer doença hepática crônica. Demais pessoas precisam pagar pela vacina em laboratórios.