Muito preto, diversos tons de cinza, modelagem ousada e estilo para quem está pronto para colocar os pés para fora da casa.
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Assim é a Synchron, loja que faz sucesso na web e desde o início do mês abriu as portas na Zona Sul de São Paulo.
"Eu criei a marca pensando em fazer uma moda masculina contemporânea, moderna", contou o estilista e proprietário da grife, Enrico Paschoal, em entrevista ao Guia Gay São Paulo.
Coleção de inverno? Verão? Fora da estação? Nada disso. Enrico explica que a ideia foi justamente apresentar uma grife atemporal, que extrapole tendências.
"Por isso que eu uso poucas cores e estampas. Uma peça que você possa usar talvez daqui há cinco anos e tudo bem, que você possa usar no inverno, no verão, peças que sejam versáteis", diz.
As peças que mais saem, segundo Enrico, são aquelas com corte feito a laser, macaquinho e legging de couro. "Tudo o que é o mais diferente é o que eu vendo", diz. "Não vendo nada muito básico. O básico o cliente encontra em outro lugar. Ele quer o que eu tenho pra oferecer que ninguém oferece."
O começo
O empresário conta que trabalhou por cinco anos na TNG. "Eu era diretor criativo lá, eu que fazia todos os desfiles da marca no São Paulo Fashion Week e no Fashion Rio", diz.
Enrico diz que deixou a famosa grife por estar infeliz e querer fazer um produto no qual acreditasse. "Era muito preconceito também, eu tinha que viver ouvindo coisas do tipo 'ai, isso é roupa de gay, isso é roupa de hétero'. Sempre apontando esses dedos para que tipo de gente usa certo tipo de roupa, uma coisa que nunca acreditei."
As inspirações
Em dezembro de 2015, ele criou a Synchron. A inspiração para as criações não vem de nenhuma fonte específica. "Eu faço coisas que eu amo, coisas que eu usaria e, principalmente, eu acho que o motivo de eu vender bem e dos homens adorarem a minha roupa é que faço coisas diferentes."
"Eu não sigo os padrões da moda masculina. 'Porque brilho não é pra homem, transparência não é pra homem', dizem por aí. Eu respeito a forma do corpo masculino, como ele é, a modelagem é para o corpo masculino, mas eu gosto de ousar na modelagem, apesar da minha roupa ser basicamente preta, branca e cinza."
Seu público, diz, não foi pensado. "Eu não fiz pensando 'é roupa para homem moderno, é gay, é hétero'. Não. Mas acaba direcionando e hoje o meu público é 90% homens, jovens, até uns 45 anos. Apesar de eu já ter vendido para homens de 70. E tenho clientes de várias áreas, muitos também que compram roupa para ir para a balada."
A loja física surgiu, conta o empresário, para que os já clientes da marca pudessem experimentar as roupas. "Eles queriam uma experiência mais próxima, porque on-line é tudo foto... Eu tenho um sócio que cuida da parte administrativa. E escolhi aqui por ser um bairro próximo de onde moro, um bairro residencial, gostoso, que tem segurança, não tem zona azul, tem onde estacionar, ponto de ônibus próximo."