Um Estranho no Lago: erotismo em clima de suspense

Publicado em 15/12/2013

A promiscuidade entre gays costuma vir carregada de moralismos no cinema. Se acompanhada de crimes, então, poderia resultar em longas vilipendiados por crítica e público como Parceiros da Noite (1980). Felizmente para todos, não é o caso de Um Estranho no Lago, que estreou na última sexta-feira, 13, no País.

Alain Guiraudie - premiado como melhor diretor na mostra Un Certain Regard do último Festival de Cannes - conta, sem julgamentos, de forma lenta e em ritmo crescente uma história que talvez seja de difícil assimilação para públicos mais conservadores - ideologica e esteticamente falando.

Em um verão como outro qualquer, Franck (Pierre Deladonchamps) faz o que costuma fazer nesse período do ano: tomar sol sem roupa e "caçar" rapazes a fim de encontros fortuitos, respectivamente, num lago afastado e no bosque junto a ele.


Mas dessa vez a rotina é quebrada quando Franck conhece Henri (Patrick d'Assumção), um frequentador que diz querer apenas se isolar para pensar na vida, após o término do namoro com uma moça, e Michel (Christophe Paou), um homem que lhe tira o fôlego e não sai de seu pensamento.

Entre uma cena explícita de sexo e outra, o drama dá lugar ao suspense, com um sabor angustiante que só bons thrillers são capazes de conseguir. Uma dica: não conjecture ou forme um juízo sobre o protagonista. Caso contrário, a última meia hora do filme pode lhe parecer implausível.


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