Um simples conserto da internet pode ser razão para se tornar alvo de homofobia. Foi o que ocorreu com o casal Rodrigo Vilar, 38 anos, e Giorgio da Silva, 35.
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Na sexta-feira 18, os dois chamaram um técnico da GVT para reparos no telefone e internet na casa de chás que possuem, Provanza, na Zona Sul do Recife. Após o profissional sair, o casal descobriu que ele havia mudado o nome do Wi-Fi de "provanza" para "viadão".
"Quando o técnico saiu fomos conectar os aparelhos à internet e procurei o nome da loja, mas não aparecia. Até brinquei com uma cliente 'tem uma rede aqui viadão que está bem forte'. Na mesma hora tive um estalo, pedi para que a cliente colocasse a senha do nosso Wi-Fi, que é a data que conheci meu marido, e para nosso constrangimento, a rede conectou", contou Vilar ao portal UOL.
De acordo com os dois, em nenhum momento o técnico da empresa mostrou preconceito contra sua orientação sexual. "Ele estava o tempo todo no celular com alguém e não falou nada. Só ao sair disse que estava tudo ok, foi quando descobrimos essa brincadeira totalmente pejorativa. A gente se trata por amor e ele pode ter ouvido isso", afirma.
O casal pretendia registrar boletim de ocorrência na delegacia do bairro de Boa Viagem, no sábado 19. Eles prestaram queixa na Anatel e no site Reclame Aqui e já constituíram advogado para entrar na Justiça.
"Por um lado, foi bom que isso aconteceu. Isso acontece com muita gente. Com adolescentes, com outras pessoas que não têm voz. A gente tem voz. A gente vai às últimas consequências", disse Rodrigo.
Em nota, a Telefônica Vivo, dona da GVT escreveu: "A Telefônica Vivo repudia totalmente a atitude descrita pelo cliente e informa que está apurando o caso com rigor. Se constatada a conduta incorreta, totalmente conflitante com a orientação da companhia, tomará medidas administrativas rigorosas e reforçará ações de orientação para evitar que situações desse tipo voltem a ocorrer"