Sair do armário na Rússia pode se tornar crime

Deputados apresentaram emenda ainda mais homofóbica a lei vigente

Publicado em 25/10/2015
Está cada dia mais difícil se expressar na Rússia

Parlamentares russos não cansam de tentar cessar os direitos LGBT. Um projeto de lei apresentado no Congresso do país pode tornar crime quem sair do armário por lá.

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Os deputados Ivan Nikitchuk e Nikolaj Arefievay propuseram uma emenda à lei em vigor de 2013 que proíbe manifestação de "orientação sexual não-tradicional" em frente a menores de idade, conhecida como a lei da "propaganda gay". Se até o momento é vedado a casais homossexuais, por exemplo, se beijar em público, em breve eles não poderão sequer dizer que são gays ou lésbicas.

Se aprovada a emenda, quem for de "orientação sexual não-tradicional" e "demonstrar sua própria orientação sexual em público" será multado em 5 mil rublos (cerca de R$ 310). Caso a pessoa manifeste essa orientação sexual em escolas, prédios públicos ou estabelecimentos culturais, a pena aumenta: pode chegar até 15 dias na prisão.

Para os homofóbicos autores da emenda, a proposta reforça a moral pública da Rússia. "No sentido biológico, não se reproduzir é o mesmo que a morte e nesse sentido a homossexualidade é uma ameaça letal para toda a humanidade", disse Nikitchuk ao jornal estatal russo Izvestia.

Pesquisa recente de um instituto independente de pesquisa do país, Levada Center, aponta que a homofobia aumentou bastante por lá desde o comunismo. Para 37%, LGBT deveriam ser "isolados da sociedade" (em 1989, eram 28%) e 21% gostariam de "liquidar" os cidadãos arco-íris. 


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