Welton Trindade - sócio-proprietário da Guiya Editora, responsável pelo Guia Gay São Paulo
Nem veria como ter outra afirmação: eu vou à 18ª Parada LGBT de São Paulo! E será minha décima edição ou mais que isso... Sou péssimo de memória, mas nunca de consciência!
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Eu vou à parada. Já fui com cartaz, já fui com corpo pintado com mensagem política, já fui tremendo de frio com um poncho horrendo, já fui debaixo de chuva, já fui em trio com os vips, já fui no chão-povo. Em todas, o orgulho: Eu fui! Nenhum Rock in Rio ou festival de pool parties com o DJ incrível de qualquer barcelona, nem de longe, me proporcionariam isso! Nem de longe! ¡Lo siento!
Eu vou à parada. Como não ir a um evento tão aglutinador, tão energizador para enfrentarmos os desafios que temos por amarmos e desejarmos, tão oportuno para comemorarmos as inúmeras vitórias que temos tido cada vez mais.
Eu vou à parada. Ver gente feia, gente com 45 cm de bíceps de 0% gordura, ver crianças, idosos, senhoras animadas, raças mil, histórias dois mil, trios animados, três trios tristes, mas presentes. História com H maiúsculo. Orgulho todo gigantesco!
Eu vou à parada! Vou porque se tenho alguma crítica a ela, eu sou o responsável por mudá-la! Acho que falta cartaz, faço o meu! Acho que falta alegria, eu pulo! Acho que falta diversidade, lá estarei eu! Ah, você acha que a parada é buffet que está tudo pronto ao seu agrado? Tolinho... cidadãozinho!
Eu vou à parada! Não sou ingrato! Nem quero imaginar a nossa luta LGBT sem nosso maior evento massivo, sem esses atos que nenhum outro segmento discriminado, nem em sonho, consegue fazer. Porque só tenho dó de quem acha que política só se faz com bocas em grito. Lábios colados no outro, com gliter e/ou com sorrisos podem ser tão revolucionários quanto!
Eu vou à parada. Porque eu somos nós!